Publicado em: 02/10/2024 às 08:00hs
A MFG Agropecuária, com 17 anos de atuação e unidades em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e São Paulo, destaca-se como uma referência no uso de tecnologia voltada à sanidade e ao bem-estar animal no setor de confinamento bovino. A iniciativa começou em 2017, com o apoio da Personal Pec, de Adriane Zart, e seu manejo “Nada nas Mãos”. A consultoria BE.Animal, liderada pelo professor Matheus Paranhos, deu novo impulso ao projeto em 2021, incorporando o conceito Welfare Quality.
Este protocolo europeu, focado no bem-estar de bovinos, suínos e aves, é fundamentado em 12 indicadores que refletem as cinco liberdades: liberdade de fome ou sede, de dor ou doença, de desconforto, de medo e a liberdade de expressar comportamentos naturais. Embora a última liberdade seja mais desafiadora de atender, a MFG Agropecuária tem implementado estratégias para minimizar os efeitos adversos sobre os animais.
“Sabemos que os bovinos gostam de se coçar em árvores quando estão em pastagens. Com isso em mente, em 2022, lançamos um projeto piloto que inclui coçadores em quatro baias na unidade de Campo Novo do Parecis (MT) e em duas na unidade Terenos (MS) para melhorar a qualidade de vida dos bovinos”, explica Maryele Rodrigues, médica-veterinária e coordenadora de Sanidade e Bem-Estar Animal da MFG. O projeto, após suas impressões iniciais, está sendo submetido a análises científicas.
Nesse sentido, seis baias foram selecionadas para a instalação de três tipos diferentes de coçadores, onde aproximadamente 600 bovinos serão monitorados por câmeras em tempo integral, enquanto um grupo controle de 200 animais será analisado. O estudo, realizado em parceria com o Marfrig e a UNESP, sob a supervisão do professor Roberto Roça, visa avaliar a adesão aos coçadores, as preferências dos bovinos e o impacto sobre os índices de desempenho do grupo. “Na segunda fase do experimento, utilizaremos cochos eletrônicos que registram tanto a quantidade de alimento consumido quanto o peso dos animais. Acredito que um boi mais feliz se alimenta melhor e, consequentemente, produz mais”, destaca Maryele.
De acordo com Maryele, o momento mais crítico ocorre na chegada dos bovinos ao confinamento. Como 95% do gado confinado na propriedade é de terceiros, é comum que esses animais venham de sistemas extensivos, um ambiente totalmente diferente do confinamento. Para reduzir o estresse e acelerar a adaptação, a MFG está projetando áreas recreativas em todas as unidades, que contarão com sombrites, coçadores, água e disponibilidade de feno e alimentos.
A avaliação do comportamento dos bovinos é uma prática constante, observando-se se estão agitados, deitados, calmos ou aglomerados. Cada um desses fatores indica o nível de estresse ou desconforto dos animais. Por exemplo, o lote recém-chegado pode se aglomerar em um canto da baia, comportamento comum entre bovinos, que, sendo animais de presa, buscam proteção. Para facilitar a aclimatação, um funcionário é designado para fazer o lote se mover, apresentando o ambiente como seguro. “Preferimos que, pela manhã, todos estejam deitados e ruminando, o que indica que a noite foi tranquila, com ração e água suficientes”, afirma Maryele.
Com a coleta de dados de bem-estar animal, incluindo sanidade e nutrição, a MFG estabelece uma média semanal que deve sempre superar os 80%. Atualmente, a média anual alcançada é de 95%, embora uma baixa de 5% ocorra durante as chuvas devido ao acúmulo de lama nas baias. “Fazemos aterramento e possuímos um bom sistema de drenagem, mas, em algumas ocasiões, a quantidade de chuvas afeta nossas metas. Um marco importante foi a realização de um evento no ano passado, que reuniu especialistas para discutir o bem-estar animal durante uma semana com nossos técnicos e veterinários, e desejamos tornar essa iniciativa anual”, acrescenta Maryele.
Assim que os bovinos desembarcam das carretas, um médico-veterinário realiza um check-list inicial para identificar ferimentos, problemas de casco, infecções por ectoparasitas, sintomas de doenças ou se o animal viajou deitado. São registrados também o escore corporal, o peso e informações relevantes. Animais que percorreram longas distâncias recebem repositor eletrolítico. Após 24 horas, uma nova vistoria é realizada, e os bovinos são direcionados para o processo de aclimatação.
Três dias após a chegada, os animais recebem os brincos do SISBOV, são vermifugados e vacinados contra raiva, doenças respiratórias e clostridioses. O controle de poeira e lama é realizado constantemente, com rondas sanitárias variando de uma a três vezes ao dia, conforme necessário. Um aspecto interessante do manejo é que antibióticos são utilizados apenas para tratamento e sempre sob prescrição do veterinário responsável. Essas práticas renderam à MFG o menor índice de mortalidade do Brasil em um benchmarking realizado pela Foco Saúde Animal.
No que tange ao programa nutricional, a MFG realiza três tratos diários, com uma dieta que inclui silagem de milho ou capim, grão inteiro, milho moído, DDG, núcleo e farelos. As leituras de cocho são feitas duas vezes por dia, uma à tarde e outra à madrugada. A equipe se preocupa em garantir a adequada disponibilidade de alimentos, água e a limpeza dos bebedouros. “Nosso objetivo é manter uma rotina de operações com a mesma intensidade, evitando oscilações nos horários de trato e sendo eficientes na fabricação e distribuição das formulações, para que o gado expresse o máximo de seu potencial produtivo”, conclui Adriano Umezaki, coordenador técnico de Nutrição da MFG Agropecuária. Os resultados confirmam que a propriedade está no caminho certo, pois a MFG Agropecuária figurou entre os TOP 10 do Benchmarking Confinamento Probeef 2024, da Cargill, sem distinções entre o primeiro e o décimo lugar.
Fonte: Portal do Agronegócio
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