Bovinos de Corte

Mercado do boi gordo inicia junho em recuperação após queda nos preços em maio, aponta Itaú BBA

Apesar de um mês de maio marcado por recuos nos preços, o setor iniciou junho com sinais de reação


Publicado em: 23/06/2025 às 11:50hs

Mercado do boi gordo inicia junho em recuperação após queda nos preços em maio, aponta Itaú BBA

O relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, apresenta uma análise abrangente sobre o mercado do boi gordo. Apesar de um mês de maio marcado por recuos nos preços, o setor iniciou junho com sinais de reação. A combinação de exportações firmes, valorização da carne e custos mais baixos tem sustentado a confiança no mercado para os próximos meses.

Maio de preços mais fracos, mas com exportações em alta

Maio manteve a tendência histórica de ser um período de preços mais baixos para o boi gordo, reflexo de uma oferta interna confortável. Mesmo assim, o mercado externo seguiu absorvendo bem a produção brasileira. As exportações não apenas se mantiveram firmes, como apresentaram aumento nos preços de embarque, o que melhorou o spread de exportação para os frigoríficos.

O Indicador Cepea do boi gordo registrou queda de 4,9% em maio, com média de R$ 308,40 por arroba.

O piso foi atingido em 25 de maio, com R$ 301/@.

A partir de junho, os preços começaram a reagir, chegando a R$ 314/@ no dia 16.

Bezerro segue valorizado, com preços próximos a R$ 3 mil por cabeça

Enquanto o boi gordo caiu em maio, o bezerro manteve trajetória de alta, com valorização de 3,6% no mês e continuidade do movimento em junho. No Mato Grosso do Sul, os preços já se aproximam de R$ 3 mil por cabeça, refletindo a firmeza do mercado e as boas expectativas para o setor.

Exportações seguem firmes e sustentam o mercado

O bom desempenho das exportações é um dos principais pilares do atual cenário favorável. Em maio:

  • Foram embarcadas 218 mil toneladas de carne bovina in natura, um aumento de 2,9% em relação a maio de 2024.
  • O acumulado do ano registra crescimento de 10,6%.
  • O preço médio da carne in natura embarcada subiu 3,4%, alcançando US$ 5.200 por tonelada — maior valor desde novembro de 2022.
  • China e Estados Unidos, principais destinos, mantêm demanda aquecida com preços em recuperação.
  • O spread de exportação subiu para 9% em maio, frente aos 3% de abril, impulsionado pela valorização externa e pela queda de 3% no preço do boi gordo em dólares.
Abates registram mudanças no perfil por sexo e recuo no total

Dados do SIF (Serviço de Inspeção Federal) mostram que:

  • Em abril, houve recuo nos abates em relação ao mesmo mês de 2024.
  • Em maio, os abates aumentaram no comparativo anual.
  • No Mato Grosso (segundo Indea/IMEA), a participação das fêmeas nos abates seguiu elevada em maio.

Apesar disso, os abates de machos caíram 8% em relação a maio do ano passado, marcando o quarto mês seguido de retração.

O total de animais abatidos recuou 2% em maio.

Perspectivas positivas para o boi gordo e confinamento atrativo

A expectativa é de manutenção do cenário favorável para o boi gordo:

  • A oferta segue elevada, mas o mercado externo está conseguindo absorvê-la sem pressionar os preços.
  • As margens dos frigoríficos, embora pressionadas no mercado interno, seguem razoáveis.
  • O alongamento das chuvas tem mantido os pastos em boas condições, o que deve limitar a oferta de animais prontos para o abate nos próximos meses.
  • O volume de abates, principalmente de fêmeas, tende a moderar.

O custo mais baixo do milho contribui para margens atrativas no confinamento, especialmente com a curva futura do boi indicando preços interessantes para o último trimestre do ano.

Exportações em alta e desafio no mercado doméstico

O ambiente internacional continua positivo, com crescimento tanto em volume quanto em valor das exportações. Isso abre espaço para a valorização do boi gordo sem comprometer a rentabilidade da indústria exportadora.

No entanto, o mercado interno segue desafiador. A grande oferta de carne de frango tem pressionado as cotações da proteína, tornando-a mais competitiva frente à carne bovina.

Bezerro deve continuar valorizado, com pouca melhora na relação de troca

Com o mercado do boi firme, a tendência é que o bezerro continue se valorizando. Isso limita as chances de melhora na relação de troca para os terminadores, mantendo o custo de reposição elevado.

Fonte: Portal do Agronegócio

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