Publicado em: 13/10/2025 às 12:00hs
O mercado de reposição bovina segue firme, mesmo com ajustes pontuais nas cotações e condições climáticas desfavoráveis em diversas regiões do país. O bezerro apresenta alta moderada, cotado em média a R$ 2.924,92 por cabeça, avanço de 0,25% na semana, mas 36% acima da média de 2024, refletindo a escassez de oferta e a valorização genética do rebanho, segundo a Agro Aliá.
Apesar da firmeza, as margens permanecem apertadas, devido à estreita diferença entre o valor do bezerro e do boi gordo, exigindo cautela nas negociações de compra e venda.
De acordo com a Scot Consultoria, o Tocantins enfrentou resistência para manter os preços da semana anterior. A ausência de chuvas e déficit de umidade prejudicou o desenvolvimento das pastagens, levando muitos recriadores e confinadores a adiar novas aquisições.
Como resultado, sete das oito categorias de bovinos anelorados monitoradas tiveram queda nas cotações:
Entre as fêmeas, apenas a vaca boiadeira registrou alta de 4,3%, enquanto bezerra de ano, bezerra de desmama e novilha caíram 5,6%, 5,5% e 4,8%, respectivamente.
Apesar dessas quedas semanais, as médias de outubro ainda superam as de setembro, indicando demanda consistente e oferta limitada.
O preço médio do boi gordo caiu 1,1%, prejudicando a relação de troca para recriadores e invernistas. Em termos práticos, atualmente a venda de um boi gordo de 19 arrobas permite adquirir:
O ágio entre a arroba do bezerro de desmama e o boi gordo atingiu 39,6% na parcial de outubro, o maior desde novembro de 2022 e o mais elevado entre as praças da região Norte, sinalizando custo elevado da reposição.
No estado, o mercado apresentou resistência, com vendedores mantendo pedidos firmes e compradores agindo com cautela. Na semana, os principais ajustes foram:
Por outro lado, o bezerro de desmama subiu 1,2%, impulsionado pela demanda maior e escassez de lotes de qualidade. Machos de cruzamento industrial continuam valorizados, refletindo interesse crescente por animais de melhor desempenho.
Entre as fêmeas aneloradas, todas as categorias registraram alta:
O ágio do bezerro de desmama sobre o boi gordo chegou a 32,5%, ante 30% em setembro, reforçando o cenário de alto custo da reposição.
No MS, apenas o garrote apresentou melhora na relação de troca, com aumento de 1,3% no poder de compra. As demais categorias tiveram perda de capacidade aquisitiva, com quedas de até 3,7% na comparação mensal.
Cotações da semana:
O Indicador do Bezerro CEPEA/ESALQ fechou a R$ 2.917,64, estável na parcial de outubro, confirmando firmeza do mercado, mesmo diante de animais mais leves por causa da seca.
Análise histórica do Cepea indica que desde 2000 o ágio médio do bezerro sobre o boi gordo é de 22,3%, contra 36,3% atualmente, reforçando a percepção de mercado em transição.
“O aumento do ágio e a valorização dos bezerros indicam oferta restrita e demanda seletiva, especialmente por genética superior. Mesmo com margens limitadas, o cenário de longo prazo aponta para um mercado firme, sustentado por fundamentos sólidos de escassez e valorização da cria”, destaca o Cepea.
Fonte: Portal do Agronegócio
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