Bovinos de Corte

Mercado de boi gordo reage e exportações seguem fortes impulsionadas pela China

Preços do boi gordo sobem e carcaça mantém margens estáveis


Publicado em: 11/09/2025 às 11:40hs

Mercado de boi gordo reage e exportações seguem fortes impulsionadas pela China
Foto: CNA

Em agosto, o boi gordo voltou a registrar alta, após pressões observadas em julho, com a arroba fechando a R$ 306,80 em São Paulo, segundo o indicador Cepea. O valor representa 2,3% de aumento em relação a julho de 2025 e 30,5% acima de agosto de 2024. A carcaça casada subiu de forma proporcional, mantendo o spread da indústria estável em 5,6% no mercado interno.

O bezerro, por sua vez, manteve-se estável em torno de R$ 2.850/cabeça, embora com valorização de 38% frente a agosto de 2024, refletindo custos maiores para reposição e engorda. No início de setembro, a arroba do boi foi negociada a R$ 312.

Exportações se mantêm fortes apesar de queda para os EUA

As exportações de carne bovina continuaram firmes, impulsionadas principalmente pela China, mesmo com redução nas vendas para os Estados Unidos. O volume total in natura embarcado em agosto foi de 268,6 mil toneladas, apenas 3% abaixo do recorde do mês anterior e 23,5% acima de agosto de 2024, com o acumulado anual crescendo 15%.

As vendas para os EUA caíram de 12,7 mil para 6,4 mil toneladas, enquanto a China manteve 158 mil toneladas em cada mês. O preço médio de embarque subiu pelo quinto mês consecutivo, alcançando US$ 5,6 mil/t, alta de 0,9% sobre julho.

Abates em Mato Grosso confirmam oferta robusta de gado

Em Mato Grosso, os abates em agosto somaram 660,7 mil cabeças, 1% acima de julho, com média diária 10% maior considerando os dias úteis. Comparado a agosto de 2024, o aumento foi de 4% na média diária. O percentual de fêmeas abatedoras subiu para 46%, frente a 42% em 2024, indicando oferta consistente de gado no principal estado produtor.

Perspectivas de curto prazo impulsionadas pelo mercado externo

O cenário para os próximos meses indica forte estímulo ao confinamento, especialmente em Mato Grosso, aliado à demanda chinesa firme, que deve sustentar os embarques mesmo com a redução das vendas para os EUA. Preços futuros atrativos e margens positivas na engorda intensiva reforçam a recomendação de proteção das boiadas via hedge, considerando a curva futura de R$ 320 em outubro a R$ 332 em dezembro de 2025.

A manutenção do apetite chinês será determinante para o comportamento do mercado doméstico até o fim do ano. Internamente, a moderação econômica e o preço competitivo do frango podem influenciar o consumo de carne bovina.

Preços devem evoluir até dezembro

Caso a demanda externa se mantenha firme, a disponibilidade doméstica de carne deve permanecer em linha com o observado no final do ano passado, mesmo com abates superiores ao quarto trimestre de 2024. Com isso, os preços do boi no mercado físico devem continuar em tendência de alta até dezembro, garantindo oportunidades para produtores e confinadores.

Fonte: Portal do Agronegócio

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