Publicado em: 13/06/2025 às 10:00hs
O Interagro 2025, realizado pelo Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), reuniu especialistas do setor e representantes das cadeias produtivas de bovinocultura de corte, leite, avicultura e suinocultura para discutir o cenário atual e as perspectivas futuras do mercado. O evento destacou um novo ciclo de retomada na pecuária brasileira, mesmo diante dos desafios geopolíticos globais.
Durante o evento, o consultor Alcides Torres, da Scott Consultoria, apresentou um panorama otimista para o mercado de carne bovina. Segundo ele, a fase de pressão sobre os preços, decorrente do excesso de abate de fêmeas, está chegando ao fim.
“A expectativa é de um mercado firme, com possibilidades de alta para o boi gordo e para os bovinos de reposição”, afirmou. Torres ressaltou que os indicadores apontam para uma melhora nas margens dos produtores e uma recuperação dos frigoríficos nos próximos meses. “Consolidamos dados sobre abate, exportação, varejo e margem da cadeia produtiva para os próximos dois anos, e os sinais são consistentes de que a fase difícil ficou para trás”, complementou.
Os dados para Mato Grosso do Sul também são promissores. A diferença de preço da arroba entre o estado e São Paulo tem diminuído, facilitando estratégias de comercialização e operações de hedge na Bolsa de Valores (B3). “A correlação das cotações está próxima de 1, o que é excelente para os produtores sul-mato-grossenses”, explicou Alcides Torres.
Apesar das boas perspectivas, o consultor alertou para as incertezas externas, como as guerras na Europa e no Oriente Médio, além da guerra comercial envolvendo os Estados Unidos. “Esses fatores impactam o mercado global de alimentos e fertilizantes e representam elementos desestabilizadores que precisamos aprender a conviver e superar”, ressaltou.
No painel “Cadeias Produtivas da Agroindústria”, representantes da pecuária de corte, leite, suinocultura e avicultura reforçaram que, apesar das diferenças entre os setores, todos enfrentam o desafio comum de manter a competitividade diante da instabilidade externa e da necessidade constante de eficiência.
O estado vem se consolidando como uma das principais fronteiras da suinocultura nacional. Dados da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas) indicam que o rebanho ultrapassou 2,2 milhões de suínos em 2023, um crescimento superior a 40% nos últimos cinco anos. A atividade já responde por cerca de 6% da produção brasileira e tem atraído investimentos em granjas tecnificadas, frigoríficos e fábricas de ração.
“Estamos em um momento de avanço, com aumento na produção, melhoria genética e abertura de novos mercados. A suinocultura é uma grande oportunidade para o estado, e queremos que ela também signifique rentabilidade no campo”, destacou Eleiza Arão, vice-presidente da Asumas.
O tesoureiro da Associação Novilho Precoce MS ressaltou o papel fundamental do associativismo para superar desafios e aumentar a eficiência no campo. “Nossa associação une produtores com o objetivo comum de melhorar a negociação e a rentabilidade. Com a criação da cooperativa, o cooperado terá ainda mais retorno e poder de decisão”, afirmou.
O setor leiteiro foi representado por Éder Souza Oliveira, presidente da Câmara Setorial do Leite, enquanto a avicultura contou com a participação de Aroldo Hoffmann, dirigente da Avimasul e presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O Interagro 2025 reforça o protagonismo de Mato Grosso do Sul nas principais cadeias produtivas da pecuária, apontando para um futuro de crescimento sustentável e maior competitividade no mercado nacional e internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias