Publicado em: 18/07/2014 às 14:30hs
“A pesquisa mostra que os resultados econômicos podem ser favoráveis a este tipo de sistema produtivo no médio/longo prazo”, afirmam os autores: Marli Mascarenhas, pesquisadora, diretora do IEA; Roberto Molinari, Célio Luiz Justo, José Luiz Viana, Edmar Mendes, pesquisadores da APTA na UPD São José do Rio Preto e Denyse Chabaribery, pesquisadora autônoma.
A produção de bovinos no Estado de São Paulo é realizada quase exclusivamente em regime de pastagens, as quais ocupavam no último levantamento censitário agropecuário realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, 39% do total das áreas agrícolas do Estado, ou seja, 8,1 milhões de hectares, e estavam presentes em 72% das suas Unidades de Produção Agropecuária. A atividade pecuária bovina gera o segundo maior Valor de Produção Agropecuária (VPA) do Estado, inferior apenas à cana-de-açúcar.
"Analisando estas informações, pode-se afirmar que a produtividade das pastagens, aliada ao seu manejo adequado, é estratégica para o desenvolvimento do agronegócio paulista, por estar relacionada diretamente à eficiência da produção pecuária e conseqüentemente à geração de renda", ressaltam os pesquisadores.
O experimento avaliado foi implantado em uma área de 26 ha com pastagem de Brachiaria decumbens formada há mais de 15 anos, não degradada, dividida em 24 piquetes de acordo com um delineamento em blocos casualizados. Seis (6) tratamentos foram instalados em 2006: (T1) Pasto remanescente, com manutenção do manejo anterior; (T2) Pasto remanescente com exploração mais intensiva; (T3) lavoura de milho, seguida de dois anos de pastagem; (T4) lavoura de milho, seguida de um ano de pastagem; (T5) lavoura de milho em dois anos consecutivos, seguidas de um ano de pastagem; (T6) lavoura de milho em dois anos consecutivos seguidas de dois anos de pastagem. Com exceção das parcelas do tratamento T1, que possui uma área de 1,5 ha, o tamanho das demais é de 1,0 ha.
Os tratamentos T3 a T6 são sistemas de manejo com integração lavoura-pecuária enquanto que os tratamentos T1 e T2 são exclusivamente a pasto.
A diferença entre os dois tratamentos com pastagem permanente é que no T1 são aplicados 45 kg de N/ha/ano enquanto que no T2 são usados 90 kg de N/ha/ano e realizada a calagem quando necessária. Os demais tratamentos quando usados como pastagem no período das águas recebem o mesmo manejo que o tratamento T2.
Inicialmente foram determinados os coeficientes técnicos e as exigências físicas de fatores de produção, insumos e mão-de-obra para as operações realizadas, tanto no plantio do milho e da pastagem, quanto no manejo da recria das bezerras. Ou seja, a partir do monitoramento dos trabalhos de campo foi possível construir as matrizes de coeficientes, com as horas de serviço e as quantidades de insumos utilizadas, uma para cada tratamento e para os quatro anos agrícolas. A partir do acompanhamento das operações no campo durante as quatro safras foi possível elaborar as matrizes de coeficientes técnicos para os 6 tratamentos, as das três primeiras safras.
Além dos benefícios biológicos e ambientais que a ILP propicia, também pode se apresentar como alternativa econômica atrativa para o pecuarista, pela melhoria na pastagem que o sistema proporciona, com custos mais baixos e reforma de pasto em etapas. O produtor sempre poderá ter o cultivo de grãos em Plantio Direto, com adequado preparo do solo no primeiro ano, reforçando a idéia da melhoria das condições física, química e microbiológica dos solos.
Fonte: IEA
◄ Leia outras notícias