Publicado em: 09/07/2025 às 19:00hs
O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) de junho de 2025 revelou um cenário contrastante entre as principais regiões produtoras do país. Enquanto o Centro-Oeste registrou queda nos custos de alimentação para o confinamento, impulsionada pelo avanço da colheita da safrinha, o Sudeste enfrentou alta nos preços devido à dependência de coprodutos e estoques adquiridos anteriormente.
No Centro-Oeste, o ICAP caiu 1,79% em junho, atingindo R$ 14,27. A queda foi puxada principalmente pela redução nos preços dos alimentos energéticos (-8,52%) e volumosos (-15,83%).
Destaques:
Redução nos custos de insumos relacionados ao milho:
Custo da dieta de terminação: R$ 1.401,28 por tonelada de matéria seca.
A colheita da segunda safra de milho continua a pressionar os preços, promovendo alívio nas contas dos confinadores da região.
Já no Sudeste, o ICAP registrou alta de 4,11%, fechando o mês em R$ 12,42. O aumento foi impulsionado pela valorização dos insumos proteicos (+8,86%) e pela persistência de estoques comprados no primeiro trimestre, quando os preços estavam elevados.
Insumos com maior impacto na alta:
O custo da dieta de terminação na região ficou em R$ 1.241,08 por tonelada de matéria seca, aumento de 1,98% frente a maio.
Na comparação com junho de 2024, o ICAP acumula alta de:
Esses aumentos refletem os efeitos do primeiro semestre de 2025, marcado pela forte valorização da arroba e pelos preços elevados de milho e coprodutos no período de compras entre fevereiro e março.
A tendência é de continuidade na retração dos custos, especialmente no Centro-Oeste, com o avanço da colheita da safrinha e pressão sobre os preços do milho e seus derivados. Apesar de o ritmo da colheita ainda estar abaixo da média histórica, a expectativa de safra recorde sustenta o viés de queda.
Com base no ICAP de junho e dados do Report de Confinamento da Ponta Agro, as estimativas são:
Custo por arroba produzida:
Lucro estimado por cabeça (considerando preço balcão):
Essas estimativas não incluem bonificações por rastreabilidade, padrão de qualidade ou protocolos específicos.
Para aumentar a rentabilidade, os pecuaristas devem buscar bonificações junto aos frigoríficos. Atualmente, o diferencial pago pelo Boi China em relação ao preço balcão varia entre R$ 5,00 e R$ 7,50, dependendo da região produtora.
A estratégia, portanto, além da eficiência produtiva, deve incluir negociação de bônus por qualidade e rastreabilidade, ampliando as margens em tempos de pressão sobre os custos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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