Publicado em: 31/08/2016 às 07:30hs
A cidade de Viamão, no Rio Grande do Sul, foi o local escolhido para a realização do terceiro encontro de técnicos do GERAR (Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho) de 2016, ocorrido entre 11 e 12 de agosto, no hotel Vila Ventura. O evento reuniu mais de 50 pessoas, com a participação de 30 técnicos – a maioria médicos veterinários – dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que compõem o GERAR da região, além de outros 21 convidados da Zoetis, empresa incentivadora e apoiadora do grupo.
Antes da reunião em Viamão, o GERAR CORTE 2016 registrou passagens pelas cidades de Bonito (MS) e Poconé (MT), sempre contando com a participação maciça dos técnicos regionais.
Mediador das reuniões do GERAR, o professor e médico veterinário José Luiz Moraes Vasconcelos, o “professor Zequinha”, da FMVZ-UNESP de Botucatu (SP), destacou o alto índice de prenhez à IATF obtido pelas fazendas assistidas pelos técnicos do GERAR-RS/SC. “Na última estação de monta, a média de prenhez alcançada com a aplicação do protocolo de Inseminação em Tempo Fixo foi de 54,9%, mais de 3 pontos percentuais acima da média nacional do GERAR, de 51,6%”, compara o professor da FMVZ-UNESP, a universidade responsável pelas análises dos dados reprodutivos enviados pelos técnicos do GERAR.
Izaias Claro Junior, Coordenador de Serviços Técnicos – Bovinos da Zoetis, lembra que, além de ficar acima da taxa de prenhez do GERAR nacional, o desempenho em IATF registrado pelos técnicos do GERAR-RS/SC na estação de monta 2015-2016 também foi superior ao computado pelo mesmo grupo na estação anterior. “Houve evolução de um ano para o outro, pois na estação 2014-2015, a taxa de prenhez à IATF foi de 52,9%”, informa. Dados do GERAR-RS/SC referentes à última estação de monta mostram que a média de taxa de prenhez obtida após o uso de dois protocolos de IATFs (Inseminação Artificial em Tempo Fixo + Ressincronização) ficou em 81,1%.
Diante dos bons índices gerados com o emprego da IATF, o professor Zequinha sugeriu aos técnicos participantes da reunião em Viamão que, sempre que possível, façam uso de um segundo protocolo de IATF nas vacas não gestantes. “Nas regiões de atuação dos profissionais responsáveis pelo GERAR-RS/SC, a estratégia de utilização da IATF seguida de ressincronização é muito bem-vinda, pois ao fim de cada estação de monta, essas fazendas terão teoricamente uma baixa proporção de matrizes vazias, reduzindo, assim, o custo final por vaca gestante”, avalia.
Dados do campo - Como ocorre em todas as reuniões do GERAR, no primeiro dia de encontro foram apresentados os números gerais de IATF coletados durante a estação de monta de 2015/2016, bem como os dados exclusivos dos trabalhos reprodutivos realizados pelos técnicos do GERAR-RS/SC que enviaram dados de campo.
Na última estação de monta, o GERAR-RS/SC analisou os dados de 137 fazendas, contabilizando 40.665 inseminações, o que representou 5% do total de dados de IATF recebidos pelo grupo na estação passada. Do total de protocolos registrados pelos técnicos, contabilizou-se 22.308 gestações, o que resultou na prenhez de quase 55% à IATF. Em TETF, o grupo foi responsável por 1.371 sincronizações (7% do total nacional), com taxa de prenhez de 48,7% (667 matrizes gestantes).
Dados nacionais - No total, o GERAR, que este ano comemora aniversário de dez anos de existência, contabilizou 824.486 inseminações em tempo fixo na última estação de monta, realizadas em 1.234 propriedades de todas as regiões do Brasil, além de Paraguai, Bolívia e Uruguai. Esse montante de IATFs representou um crescimento de quase 21% sobre os dados de inseminações recebidos pelo grupo na estação de monta anterior (682.656). Considerando o número geral de inseminações, a taxa de prenhez média na estação de monta 2015/2016 alcançou 51,6%, perfazendo um total de 425.619 vacas gestantes.
Em TETF, o GERAR registrou o envio de 19.558 protocolos na última estação, total cinco vezes superior aos dados computados na temporada anterior. A soma dos dados de IATF e TETF resultou em 844.044 sincronizações contabilizadas na estação de monta 2015/2016. “Na próxima estação de monta esperamos ultrapassar a casa de um milhão de dados recebidos de IATF e TETF em um único ano”, prevê Izaias Claro Junior, da Zoetis, acrescentando que o banco de dados do GERAR já mantém atualmente quase três milhões de protocolos aplicados no campo.
Palestras – No último dia de reunião em Viamão foi promovida uma série de palestras, além de debates técnicos em torno dos números de TETF referentes à última estação de monta. O primeiro convidado a se apresentar foi Bruno Bangel, do GERAR-RS/SC, com o tema “Ressincronização – Resultados da Estação Reprodutiva 2015/2016”. Em seguida, Olmiro Andrade Neto, também do GERAR-RS/SC, ministrou a palestra “300 vs. 400UI de Novormon em Vacas Taurinas e Uso de Duas Doses de Lutalyse em Protocolos de IATF”. Izaias Claro Junior, da Zoetis, abordou o tema “Avaliação da Dose de eCG (300 ou 400UI) no d8 ou d9 na Taxa de Prenhez à IATF em Vacas Taurinas de Corte”. Na sequência, Normélio Alves, da Zoetis, apresentou a palestra “Indução de Puberdade + IATF em Novilhas Taurinas”. O tema seguinte foi “Modelo de Trabalho da Fazenda CB - Top 1% no Ranking de Fazendas de Primíparas – GERAR 2016”, abordado por Joel Zanatta do GERAR-RS/SC. O ciclo de palestra foi fechado por Fernando Veloso, da Assessoria Agropecuária, que falou sobre os “Benefícios da Genômica em Touros Angus de Repasse”.
Próximas reuniões – Os técnicos do GERAR voltam a se reunir em Pirapozinho, interior de São Paulo. O encontro ocorrerá nos dias 18 e 19 de agosto e envolverá técnicos que atuam em fazendas dos Estados de São Paulo e Paraná. Até setembro, serão realizadas outras três reuniões, nos Estados de Goiás (Pirenópolis), Maranhão (Carolina) e Minas Gerais (Esmeraldas).
Sobre o GERAR CORTE
O GERAR (Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho) é um grupo qualificado de 250 técnicos, que trabalham e discutem inovações e resultados referentes à IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) e TETF (Transferência de Embriões em Tempo Fixo). Os dados são coletados nas fazendas de gado de corte atendidas pelos técnicos, analisados pela equipe da UNESP-Botucatu-SP e apresentados nas reuniões anuais do grupo GERAR.
Fonte: Zoetis
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