Publicado em: 04/09/2025 às 11:50hs
O Brasil alcançou em julho de 2025 um marco histórico nas exportações de carne bovina. Foram embarcadas cerca de 310 mil toneladas, superando pela primeira vez a barreira das 300 mil toneladas em um único mês, segundo relatório do Rabobank. O resultado representa um crescimento de 17% em relação a 2024.
A receita também avançou de forma significativa, atingindo US$ 1,7 bilhão, alta de 46% no comparativo anual. No acumulado do ano, o país já exportou 1,8 milhão de toneladas, com faturamento de US$ 8,9 bilhões, crescimento de 13% e 30%, respectivamente, frente ao mesmo período do ano passado.
China e Estados Unidos permanecem como principais compradores, respondendo por 56% do volume e 59% da receita.
Mesmo após a implementação de tarifas adicionais pelos EUA em 6 de agosto, os embarques seguiram firmes. Na quarta semana do mês, houve crescimento de 35% nos volumes diários e 70% na receita anualizada.
A expectativa é que, mesmo com possível redução de até 50% nos embarques a partir de setembro, as exportações brasileiras para os EUA encerrem 2025 em alta de 15%, somando aproximadamente 263 mil toneladas.
A China continua sendo um dos principais motores do crescimento. Em julho, importou 158 mil toneladas, o maior volume mensal já registrado, cerca de 50% acima da média da primeira metade do ano.
O governo chinês decidiu adiar para novembro a conclusão da investigação sobre as importações de carne bovina brasileira, medida que trouxe alívio temporário ao setor exportador, diante do risco de restrições comerciais.
Outro mercado que vem crescendo é o México, que em menos de três anos desde a primeira compra já se consolidou como o terceiro maior destino da carne bovina do Brasil. Em julho, foram exportadas 16 mil toneladas, quatro vezes mais que a média de 2024.
Com a expectativa de habilitação de mais 14 plantas frigoríficas, totalizando 49, o país deve ampliar ainda mais sua participação nas exportações brasileiras.
Apesar do avanço nas exportações, o mercado interno enfrenta restrições na oferta de gado para abate, especialmente de machos. Dados do IMEA apontam que o Mato Grosso registrou queda histórica de 4,27% na produção de bezerros no primeiro semestre, além de uma menor proporção de vacas em idade reprodutiva, o que deve manter a disponibilidade limitada até o fim do ano.
Esse cenário contribui para a valorização do boi gordo, que subiu 31% em julho no comparativo anual, enquanto os custos de ração caíram 14%. Mesmo com margens positivas no confinamento, a tendência é de preços firmes no curto prazo.
O Rabobank destaca alguns pontos de atenção para os próximos meses:
Com a combinação de forte demanda externa e oferta restrita no mercado interno, os preços devem permanecer sustentados até o fim do quarto trimestre de 2025.
Fonte: Portal do Agronegócio
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