Publicado em: 12/08/2024 às 11:30hs
As exportações brasileiras de carne bovina, somando carnes processadas e in natura, alcançaram em julho um marco histórico ao se aproximarem das 300 mil toneladas, um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume total exportado foi de 291.075 toneladas, superando o recorde anterior de 282.514 toneladas, registrado em dezembro de 2023. Contudo, apesar desse aumento significativo no volume, os preços médios da carne bovina no mercado internacional permanecem inferiores aos praticados em julho de 2023. No ano passado, o preço médio era de US$ 4.265 por tonelada, enquanto neste ano caiu para US$ 4.007, representando uma redução de 6%. Mesmo assim, a receita das exportações cresceu 33%, passando de US$ 876,9 milhões em julho de 2023 para US$ 1,166 bilhão no mesmo mês de 2024.
Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), com base em informações da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No acumulado de janeiro a julho deste ano, o Brasil exportou 1.731.944 toneladas de carne bovina, um aumento de 35% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram exportadas 1.281.943 toneladas. A receita também atingiu um novo recorde, passando de US$ 5,810 bilhões para US$ 6,988 bilhões, o que representa uma alta de 20%.
A tendência de queda nos preços médios se mantém desde o ano passado, em grande parte devido às negociações com a China, que é o principal comprador da carne bovina brasileira, representando 40% das exportações do país. De janeiro a julho de 2023, a China adquiriu 611.959 toneladas, enquanto em 2024 esse número subiu para 689.867 toneladas, um aumento de 12,7%. No entanto, a receita com as exportações para o país asiático apresentou uma leve queda de 0,2%, passando de US$ 3,058 bilhões para US$ 3,052 bilhões, devido à redução de 11,5% no preço médio, que caiu de US$ 4.998 por tonelada em 2023 para US$ 4.424 em 2024.
O Brasil tem buscado diversificar seus mercados para obter melhores remunerações, já que em anos anteriores a China representava até 60% das exportações totais de carne bovina. Em 2023, a participação chinesa foi de 47,7% no acumulado do ano.
Os Estados Unidos, segundo maior comprador da carne bovina brasileira, também registraram uma queda expressiva nos preços médios. De janeiro a julho de 2023, os americanos compraram 142.647 toneladas, gerando uma receita de US$ 254,5 milhões. Em 2024, o volume subiu para 263.244 toneladas, um aumento de 84,5%, com receita de US$ 766,4 milhões, um crescimento de 37,5%. Porém, o preço médio por tonelada caiu de US$ 3.910 em 2023 para US$ 2.910 em 2024.
Já os Emirados Árabes Unidos, que ocuparam a terceira posição entre os 20 maiores compradores em 2024, aumentaram suas aquisições em 212%, comprando 106.480 toneladas, com receita de US$ 484,8 milhões, um salto de 218,6% em comparação a 2023. No ano passado, o país importou 34.128 toneladas, gerando receita de US$ 152,1 milhões. Neste caso, o preço médio subiu de US$ 4.460 por tonelada em 2023 para US$ 4.550 por tonelada em 2024.
O Chile, por sua vez, foi o quarto maior comprador de carne bovina brasileira. Em 2023, o país importou 57.299 toneladas, gerando uma receita de US$ 280,8 milhões de janeiro a julho. Em 2024, o volume foi semelhante, com 57.241 toneladas importadas, mas a receita caiu para US$ 271 milhões, uma queda de 3,5%. O preço médio pago pelos chilenos também diminuiu, passando de US$ 4.910 por tonelada em 2023 para US$ 4.740 por tonelada em 2024.
No total, 92 países aumentaram suas importações de carne bovina brasileira no acumulado do ano de 2024, enquanto outros 71 países reduziram suas aquisições.
Fonte: Portal do Agronegócio
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