O Ministério da Agricultura afirmou que os entraves burocráticos relativos aos embarques de carne in natura para os Estados Unidos devem ser resolvidos nos próximos meses. Segundo a secretária Tatiana Palermo, o ministério já está na fase de finalização dos certificados e os embarques ainda não foram autorizados por uma questão orçamentária dos EUA. “Quando o Congresso norte-americano aprova o Orçamento, eles votam rubricas específicas. Havia o temor de que os recursos para a finalização desse processo de abertura (para a carne brasileira) não fossem alocados, mas eu não acredito que isso será um impedimento, até porque o governo americano não acredita disso”, explicou.

Tatiana afirmou ainda que, na negociação com os EUA, os problemas maiores já foram superados. “Estamos fazendo de tudo para liberar os embarques. Se dependesse só da gente, já teria finalizado”, acrescentou.

A secretária lembrou que este ano o Ministério da Agricultura conseguiu liberar todos os mercados que estavam fechados para a carne brasileira, após episódio de vaca louca em 2012. “Fizemos uma força-tarefa, fomos atrás e reabrimos todos os mercados, concluindo agora o último, o Japão, que é um dos mais exigentes”, finalizou.

Queda nas exportações

As exportações brasileiras de carne bovina in natura e processada registraram queda de 12% em volume no acumulado do ano até novembro, em relação ao mesmo período de 2014. O total embarcado em 2015 soma 1,23 milhão de toneladas, contra 1,4 milhão nos primeiros 11 meses do ano passado. Os dados da Secex do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) compiladas pela Abrafrigo (associação Brasileira de Frigoríficos) mostram ainda que em novembro, as exportações de carne bovina caíram 8,45% em comparação com o mês anterior. A receita cambial foi de US$ 518,2 milhões.

As perspectivas das entidades é que os embarques voltarão a subir em 2016, com a reabertura do mercado da Arábia Saudita, entrada nos EUA e crescimento das vendas para a China. Para o presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Antonio Camardelli, no ano que vem o Brasil também poderá ocupar o espaço deixado pela Austrália no mercado global.

Com essas perspectivas, os embarques de carne bovina brasileira cresceriam para 1,76 milhão de toneladas. Segundo o executivo, as receitas geradas com as exportações vão crescer para US$ 7,5 bi, ante previsão de US$ 6 bi em 2015.