Bovinos de Corte

Elementos de uma nova crise ameaçam frigoríficos de gado bovino

O cenário de uma nova crise sem precedentes volta a impactar o setor frigorífico brasileiro que produz carne bovina depois de um ano considerado bom em 2015 e um início de recuperação que não chegou a consumar-se


Publicado em: 21/07/2016 às 09:45hs

Elementos de uma nova crise ameaçam frigoríficos de gado bovino

Três fatores de dificuldades que historicamente não costumam andar juntos, mas que, desta vez, ocorreram ao mesmo tempo, tem deixado os empresários preocupados com o futuro porque não há sinais de que no curto prazo a situação se modifique. O alerta é do Presidente Executivo da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), Péricles Salazar para quem “está muito próxima a situação de fechamento de unidades e desemprego, algo que não imaginamos que pudesse vir a ocorrer tão cedo”. O setor emprega mais de 1 milhão de trabalhadores em todo o pais.

O principal deles é a queda paulatina do consumo de carne bovina que, em anos passados rondou perto de 40 quilos/ano por habitante e que hoje já está em 32 quilos/hab/ano, segundo a CONAB, e ainda apresentando tendência de continuidade devido à queda do poder aquisitivo da população. O segundo fator é o mercado externo que tem se mostrado de difícil crescimento devido a diminuição das importações de importantes clientes Brasileiros como a Rússia e a Venezuela devido aos baixos preços do petróleo e que não consegue dar escoamento ao que não é consumido internamente, deprimindo os preços. Vale lembrar que o Brasil exporta somente 20% da carne bovina que produz, e se espera um crescimento de pelo menos 4,1% (mais 76,1 mil toneladas), para um total de 1,915 milhão de toneladas, um resultado melhor que o de 2015, mas que perde sua força para o terceiro elemento da crise: os baixos preços pagos pelo produto brasileiros no mercado internacional já fizeram com que o valor da desvalorização do Real perante o dólar fosse anulado e mesmo as empresas exportadoras correm risco de prejuízo. “Além disso, as exportações, que compensavam a dificuldade de gerar resultado financeiro com o mercado interno, perderam rendimento com a desvalorização cambial e alta da arroba. O dólar abaixo de R$ 3,50 como está atualmente não ajuda em nada o setor”, conclui Péricles Salazar.

Fonte: Imprensa ABRAFRIGO

◄ Leia outras notícias