Publicado em: 18/11/2024 às 12:00hs
A eficiência alimentar está se consolidando como uma das principais apostas da pecuária moderna, devido ao seu impacto positivo tanto na rentabilidade das operações quanto na sustentabilidade ambiental. De acordo com uma projeção da Ponta Agro, empresa especializada em tecnologia e gestão da informação na pecuária, a diferença no consumo de matéria seca entre animais com Consumo Alimentar Residual (CAR) positivo e negativo pode ultrapassar 1,5 kg por dia. Para um confinamento com 10 mil animais, essa variação pode representar um lucro adicional de até R$ 2 milhões.
A pesquisa revela que, enquanto um animal eficiente gera um lucro de R$ 553, um animal ineficiente contribui com apenas R$ 364. "Essa diferença evidencia o grande potencial da eficiência alimentar para transformar a lucratividade no confinamento bovino", afirma Paulo Dias, CEO da Ponta Agro. Ele destaca que, além dos benefícios econômicos, a escolha de animais mais eficientes também contribui para a sustentabilidade da produção. Isso ocorre por meio da redução do uso de insumos e, consequentemente, da emissão de metano, um gás de efeito estufa prejudicial ao meio ambiente.
A eficiência alimentar na pecuária intensiva refere-se à capacidade dos animais de converter alimento em ganho de peso de maneira otimizada, ou seja, a quantidade de alimento consumido em comparação com o aumento de peso obtido. Com o uso de tecnologias avançadas, como cochos eletrônicos e balanças de pesagem voluntária, como a Intergado Efficiency, é possível reduzir o tempo necessário para avaliar a eficiência dos animais e aumentar o número de indivíduos testados, identificando aqueles com melhor desempenho alimentar.
Diferença de consumo entre animais eficientes e ineficientes
Fonte: Ponta Agro (2024)
Ignorar a identificação dos animais mais eficientes, segundo Dias, significa perder um lucro substancial. "A adoção de práticas focadas na eficiência alimentar ajuda os pecuaristas a reduzir custos, diminuir as emissões de metano e otimizar o uso de insumos", enfatiza.
Um dos principais indicadores para a rentabilidade no confinamento é o custo alimentar, que pode representar até 91% do custo total de produção. Esse custo é impactado pelas oscilações de mercado nos insumos nutricionais e é monitorado mensalmente pelo ICAP (Índice de Custo Alimentar), uma ferramenta da Ponta Agro que avalia a eficiência e a sustentabilidade dos confinamentos brasileiros.
Paulo Dias reforça que a implementação de tecnologias para selecionar e manejar animais mais eficientes é fundamental para o futuro da pecuária brasileira. "A mudança começa agora e pode garantir um presente mais rentável e um futuro mais sustentável para o setor", conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
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