Publicado em: 05/04/2018 às 11:00hs
Dados do Procon-SP indicam que em 2017 o consumidor paulistano pagou pelo frango resfriado valor correspondente a menos de um terço do preço da carne bovina de segunda – mais exatamente, 32,54%. No decorrer do ano o preço do frango variou de um mínimo de 30% (em julho) a um máximo de 36,5% (em janeiro).
Cotejando-se esses valores com aqueles obtidos pelo mesmo Procon-SP dez anos antes, vê-se que essa relação sofreu decréscimo impressionante, pois em 2007 o preço pago pelo frango correspondeu, em média, a 47,99% do preço da carne bovina de segunda. E em oito dos 12 meses do ano a relação girou em torno de 50%.
Um dos fatores que determinaram a queda de representatividade do frango foi a evolução diferenciada de preço de um e outro produto. Pois ainda que a carne de frango tenha superado ligeiramente a inflação oficial do período (aumento de 96%, para um IPCA próximo de 90%), o incremento de preço da carne bovina foi muito mais significativo, correspondendo a praticamente o dobro (+188%) do aumento obtido pelo frango.
Logicamente, essa disparidade no ganho de preço está diretamente relacionada à evolução da oferta dos dois produtos. Ou seja: como é mais tecnificada, a produção do frango sujeitou-se menos aos períodos, naturais, de safra e entressafra: cresceu significativamente na década, só nos últimos anos entrando em relativa estabilidade. Já a produção de carne bovina chegou a registrar recuos nestes últimos anos (em algumas ocasiões, por enfrentar baixos preços) e apenas recentemente entrou em recuperação.
Embora não represente a informação ideal (pois envolve a produção total, sem considerar as exportações), os dados do IBGE relativos à produção inspecionada de carnes são um bom indicador nesse sentido. Assim, em 2017, enquanto o volume de carne de frango inspecionada aumentou pouco mais de 50% em relação a 2007, o de carne bovina registrou aumento próximo mas ainda inferior a 10%.
Fonte: AviSite
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