Publicado em: 07/05/2015 às 11:10hs
Conforme levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o ano começou muito bom e já acumula recordes no primeiro trimestre, com a cotação chegando a R$ 134.
Como destacam os analistas do Imea, os valores negociados no primeiro trimestre deste ano revelam um cenário de grande valorização na bovinocultura de corte. “A arroba do boi gordo revelou no período o maior valor nominal já registrado pela série histórica do Imea (R$ 134,19), com valorização de 28,2% entre os primeiros trimestres de 2014”.
O preço recorde da arroba verificado no trimestre, como explicam, é reflexo da redução no abate de bovinos. Ao todo, no acumulado do primeiro trimestre, foram 1,19 milhão de cabeças abatidas, valor 14,1% menor que no mesmo período de 2014, caracterizando o menor volume de abate no primeiro trimestre já registrado pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea/MT) nos últimos quatro anos. “Fora esse dado, as estimativas do Imea apontam para um volume de abate, em 2015, 11,6% menor que em 2014. Ou seja, caso se confirmem os dados, como vêm acontecendo, esta oferta restrita de bovinos pode manter firmes os preços ao longo da cadeia. Resta saber até quando?”, aponta. Mato Grosso detém o maior rebanho de bovinos do país, com 28,5 milhões de cabeças.
Esse cenário de firmeza pode se manter ativo por mais tempo que o mercado imagina. A previsão de recuo do Imea sobre a movimentação de abates em 2015 se dá sobre um 2014 que já encerrou 8% menor quando comparado ao ano anterior, enquanto no país a retração no mesmo período ficou em 1,5%. Conforme dados recentes do IBGE, Mato Grosso fechou 2014 mantendo posição de líder em volume de abates bovinos no país, mas com declínio 8,3% em animais abatidos. Em 2014 foram levados aos frigoríficos pouco mais de 5,35 milhões de cabeças, contra 5,83 milhões em 2013, volume histórico.
CARNE NOVA – Como detalha o Imea, os machos até 24 meses tiveram participação triplicada no saldo de abates dos últimos sete anos, em Mato Grosso. Os animais dessa faixa etária representaram mais de 9% do consolidado em 2014, “o que deixa claro o resultado do uso de tecnologias nos plantéis, por parte dos pecuaristas”.
Como acrescenta o Instituto, influenciado pela demanda cada vez maior por reposição de qualidade, o preço por quilograma do bezerro desmamado apresentou significativa valorização de 45% nos últimos sete anos (em termos nominais), com o preço médio em 2014 cotado a R$ 5,37 por quilograma. “Para o criador que consegue desmamar seu bezerro mais pesado, essa valorização é muito positiva, tanto para negociar o animal baseado em seu peso, quanto para enviá-lo ao abate em um tempo menor. Assim, um animal vendido mais caro, como um abatido mais jovem, reflete positivamente no sistema, tendo em vista que seu capital gira cada vez mais, e gera também, mais receita”.
Fonte: Diário de Cuiabá
◄ Leia outras notícias