Ao longo da semana, o mercado físico do boi gordo apresentou variações nos preços, com destaque para a retração no atacado, refletindo uma demanda contida por carne bovina. O analista da Consultoria SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, observa que, após a diminuição nas indicações, os frigoríficos em São Paulo conseguiram realizar compras, mantendo as escalas de abate confortáveis. No entanto, a demanda global por proteínas de origem animal mostra-se enfraquecida neste início de ano, uma tendência esperada para o período em que a população geralmente enfrenta descapitalização.

Panorama de Preços e Tendências Regionais

Na modalidade a prazo, as principais praças de comercialização do país apresentam os seguintes preços a arroba do boi gordo em 18 de janeiro:

• São Paulo (Capital): R$ 250,00 a arroba, comparado a R$ 245,00 em 11 de janeiro, representando uma queda de 2%.
• Goiás (Goiânia): R$ 235,00 a arroba, ante R$ 240,00 (-2,08%).
• Minas Gerais (Uberaba): R$ 250,00 a arroba, contra R$ 240,00 (+4,17%).
• Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 235,00 a arroba, ante R$ 230,00 (+2,17%).
• Mato Grosso (Cuiabá): R$ 214,00 a arroba, comparado a R$ 211,00 (+1,42%).

Desafios no Atacado e Tendências de Consumo

No mercado atacadista, os preços para a carne bovina estão em declínio, especialmente nos cortes do traseiro bovino, menos procurados em momentos de descapitalização da população. As despesas associadas a esse período impactam nas decisões de consumo familiar, priorizando proteínas mais acessíveis, como carne de frango, embutidos e ovos. Na última quinta-feira (18), o quarto traseiro foi precificado a R$ 18,70 por quilo.

Exportações: Dados Positivos, mas com Desafios

As exportações de carne bovina do Brasil renderam US$ 393,183 milhões em janeiro (9 dias úteis), com uma média diária de US$ 43,709 milhões. Embora os números mostrem uma alta de 23,9% no valor médio diário em comparação a janeiro de 2023, a quantidade média diária exportada aumentou em 32,5%, enquanto o preço médio teve uma desvalorização de 6,5%. Esses dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.