Publicado em: 01/10/2025 às 12:00hs
O Brasil registrou um marco histórico nas exportações de carne bovina in natura — fresca e congelada — em setembro de 2025. Até a quarta semana do mês, o país embarcou 294,7 mil toneladas, superando todos os recordes anteriores da série histórica, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O volume final do mês será divulgado oficialmente em 6 de outubro, mas as projeções indicam que o total deve ultrapassar 300 mil toneladas, consolidando setembro como o melhor mês já registrado.
Em setembro de 2024, o Brasil havia exportado 251,6 mil toneladas, o que representa um crescimento de 17,1% em relação ao desempenho deste ano até a quarta semana. Na comparação com agosto de 2025, quando foram exportadas 268,5 mil toneladas, o avanço foi de 9,7%.
A média diária embarcada também apresentou forte evolução: 14,7 mil toneladas por dia, aumento de 23% frente à média de setembro do ano anterior (11,9 mil toneladas).
O faturamento com as exportações de carne bovina na quarta semana de setembro somou US$ 1,65 bilhão, já superando o total arrecadado em setembro de 2024, que foi de US$ 1,13 bilhão.
A média diária de receita ficou em US$ 82,7 milhões, crescimento de 52,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Os preços médios também subiram, alcançando US$ 5.613 por tonelada, alta de 24,4% em relação ao valor de setembro de 2024 (US$ 4.514 por tonelada).
De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o desempenho ficou dentro das expectativas, com a China mantendo-se como principal destino da proteína brasileira.
No entanto, o analista ressalta a necessidade de atenção ao mercado chinês. O país asiático prorrogou, em agosto, a investigação de salvaguarda sobre importações de carne bovina estrangeira, que agora tem prazo final em novembro de 2025. Iglesias alerta que, após três meses de compras expressivas, Pequim pode adotar medidas de cotas de importação.
Outro fator que explica o ritmo das compras é a Semana Dourada, feriado prolongado mais importante da China, celebrado a partir de 1º de outubro. Para atender ao forte consumo doméstico durante o período, os importadores intensificaram os embarques, contribuindo para o recorde de setembro.
Embora a China siga como protagonista, outros mercados vêm ganhando relevância para a carne bovina brasileira. México, União Europeia e países do Oriente Médio ampliaram suas compras, colaborando para o desempenho recorde das exportações neste mês.
Fonte: Portal do Agronegócio
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