Publicado em: 31/03/2025 às 13:00hs
Tradicionalmente presente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, a raça Brangus vem consolidando sua expansão para novos mercados no Norte e Nordeste, ganhando espaço entre pecuaristas que buscam diversificação produtiva e inserção em nichos específicos. Com alta adaptabilidade, precocidade e qualidade de carcaça, a raça tem despertado interesse crescente fora do eixo tradicional da pecuária de corte.
Um dos protagonistas desse movimento é o pecuarista Valdomiro Poliselli Júnior, da VPJ Pecuária, que aposta na introdução do Brangus como ferramenta estratégica para transformar o cenário da pecuária nordestina. “Nos últimos anos, temos comercializado muitos animais para o Norte e Nordeste, o que tem levado as cabanhas a reverem suas estratégias comerciais e a olharem mais para os clientes dessas regiões”, afirma João Paulo Schneider, o Kaju, diretor de marketing da Associação Brasileira de Brangus (ABB).
Com o objetivo de consolidar essa presença, Valdomiro organizou o 1º Leilão VPJ Nordeste, realizado no dia 29 de março, durante a Exporingo, no município de Lagarto (SE). O evento ofertou 30 touros e 50 bezerras das raças Brangus, Angus e Ultrablack, além de doadoras de destaque do rebanho VPJ. Segundo ele, além do mercado de carne premium, o Brangus também vem ganhando espaço nas competições de vaquejada, em que a pelagem preta da raça é bastante valorizada.
O avanço do Brangus no Nordeste também se reflete na Fazenda Paquevira, em Macaparana (PE). Lá, o criador José André de Arruda Lima começou os cruzamentos com Brangus há cerca de dez anos e destaca a excelente adaptação dos animais à região da Mata Norte. Segundo ele, a rusticidade e a boa conformação da carcaça proporcionam ótimos resultados. “Há grande potencial de crescimento do rebanho na região devido à adaptabilidade e ao bom acabamento da carcaça”, ressalta.
No Norte do país, o sucesso da raça também se confirma. Em Castanhal (PA), Altair Burlamaqui, da Fazenda Carioca, afirma que a carne Brangus passou a ser reconhecida como sinônimo de qualidade. “Hoje, ela domina no Pará”, afirma o criador, que iniciou sua produção com a recria e engorda de fêmeas e atualmente atua no mercado de carnes gourmet, com foco em marmoreio, além de produzir carne kosher para a comunidade judaica.
Altair também destaca a excelente adaptabilidade da raça ao clima e às condições da região, fator determinante para o êxito do negócio. “Trabalhamos com uma raça de corte e buscamos entregar um padrão de carne cada vez melhor”, resume.
A expansão do Brangus nas regiões Norte e Nordeste confirma a valorização crescente de raças adaptáveis, com elevado rendimento de carcaça e qualidade superior da carne, reforçando o potencial da raça como uma das principais apostas da pecuária nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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