Bovinos de Corte

Boi gordo tem queda em julho, mas exportações batem recorde histórico, aponta Itaú BBA

Preços recuam no mercado interno, mas voltam a subir em agosto


Publicado em: 13/08/2025 às 12:00hs

Boi gordo tem queda em julho, mas exportações batem recorde histórico, aponta Itaú BBA

O mês de julho foi marcado pela desvalorização do boi gordo e da carne bovina no mercado interno, segundo o relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA. Em São Paulo, a arroba do boi gordo teve média mensal de R$ 299,90, queda de 4,3% em relação a junho. Já a carcaça bovina recuou 4,8%, reduzindo o spread da indústria no mercado interno de 6,2% para 5,7%.

Apesar da pressão negativa, os preços voltaram a reagir no início de agosto, impulsionados pela redução nas escalas de abate. No dia 8 de agosto, o boi gordo paulista fechou cotado a R$ 305,60/@. O bezerro também registrou queda, mas de apenas 2% no período.

Exportações atingem maior volume da história

Mesmo com o anúncio da tarifa americana sobre a carne bovina brasileira — em vigor desde 6 de agosto —, julho registrou um marco histórico nas exportações. Foram embarcadas 276,9 mil toneladas de carne bovina in natura, um crescimento de 16,7% sobre o mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, a alta chega a 13,7%.

O preço médio do produto também subiu 1,9% frente a junho, alcançando US$ 4.270 por tonelada, valor 25,9% acima do registrado em julho do ano passado. O spread das exportações passou de 10% em junho para 15% em julho, favorecido pela queda de 4,2% no preço do boi em dólares e pela valorização da carne.

Impacto da tarifa dos EUA sobre a carne brasileira

A carne bovina ficou fora da lista de produtos isentos de tarifas nos EUA. Com isso, a partir de agosto, o produto passou a pagar 50% adicionais sobre os 26,4% já aplicados fora da cota, totalizando uma taxa de 76,4%. Na prática, o novo imposto torna inviável a exportação para o mercado norte-americano, o segundo maior destino da carne brasileira.

Oferta elevada exige cautela nas negociações

Apesar do bom ritmo das exportações, a ausência dos EUA ocorre em um período de oferta elevada, impulsionada pelos confinamentos. A consultoria destaca que o hedge se torna fundamental neste cenário, já que, aos preços futuros atuais, as margens para o confinamento permanecem atrativas.

Em julho, os contratos futuros do boi gordo registraram forte alta após o dia 20, com vencimentos para o fim do ano próximos de R$ 340/@, mesmo diante do risco de redução das exportações para os EUA.

Margens positivas para confinadores e perspectiva favorável

Com o milho em baixa e a recuperação dos preços futuros, a margem projetada para confinamentos melhorou, podendo chegar a R$ 1.000 por cabeça. A expectativa é de que a oferta de gado terminado seja expressiva em 2025, sustentada pelas boas margens registradas ao longo do ano.

Para o Itaú BBA, mesmo sem os EUA, as exportações brasileiras seguem com potencial para absorver a oferta, mas a recomendação é manter estratégias de proteção de preços. No longo prazo, a tendência é positiva, apoiada na redução gradual da oferta de gado para abate, mas, no curto prazo, a demanda firme será decisiva para sustentar as cotações.

Fonte: Portal do Agronegócio

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