Publicado em: 05/03/2024 às 12:30hs
O mercado de boi gordo enfrentou uma fase desafiadora em fevereiro, influenciado pela abundante oferta de gado terminado. A pressão sobre os preços foi notória, especialmente diante da queda nos valores da carne no atacado. No entanto, as exportações e outros fatores garantiram uma sustentação interessante nas margens da indústria no mercado interno.
A oferta satisfatória de gado para os frigoríficos, evidenciada pelo aumento de 19,4% nos abates em Mato Grosso em janeiro, teve um impacto expressivo nos preços do boi gordo. Os dados preliminares do IBGE referentes ao 4º trimestre de 2023 também indicaram um crescimento significativo, totalizando 33,9 milhões de cabeças, 13,2% superior a 2022.
Apesar da oferta abundante, o boi gordo enfrentou uma queda de 4,3% em fevereiro, alcançando R$ 239/@. A carne, embora tenha cedido 2,4%, manteve-se mais estável em comparação, fortalecendo as margens da indústria. As exportações, especialmente para a China, continuaram robustas, atingindo 181,7 mil toneladas em janeiro, 13,4% acima de janeiro de 2023.
A entrada de março promete manter a pressão nos preços do boi gordo devido à disponibilidade crescente de gado terminado, principalmente fêmeas, que são sazonalmente mais ofertadas neste período. Apesar desse viés de safra, há oportunidades identificadas para estratégias de contratos futuros, especialmente para o segundo semestre.
Os contratos futuros, especialmente o referente a maio de 2024, continuaram a desvalorizar nos últimos trinta dias, com uma média anual projetada para 2024 indicando R$ 233/@, 8,7% abaixo de 2023. Apesar do escoamento externo consistente nos primeiros dois meses, a preocupação concentra-se na queda dos preços de exportação.
As margens projetadas para os confinamentos permanecem ajustadas nos próximos meses, mesmo com a considerável queda nos custos do milho em fevereiro. Entretanto, as projeções para os meses posteriores, especialmente a partir de agosto, revelam oportunidades interessantes aos custos atuais da ração.
Além dos fatores sazonais, a fase de descartes de fêmeas, uma característica marcante do ciclo pecuário, deve persistir em 2024. Março, tradicionalmente, concentra os descartes das vacas não prenhas, fator que pode continuar exercendo pressão nos preços do boi gordo no curto prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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