Bovinos de Corte

Arroba do boi gordo em São Paulo segue estável; oferta ajustada sustenta mercado

Cotações do boi gordo permanecem praticamente inalteradas


Publicado em: 11/11/2025 às 13:40hs

Arroba do boi gordo em São Paulo segue estável; oferta ajustada sustenta mercado

Na última segunda‑feira (11), o preço da arroba do Boi Gordo no Estado de São Paulo ficou em torno de R$ 322,65, segundo o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). 

O valor representa variação diária negativa de aproximadamente 0,32%. 

Na modalidade prazo (30 dias), a média ficou em R$ 326,22/@, com queda de 0,33% no dia. 

A estabilidade prevalece em relação à semana anterior.

Oferta ajustada e escalas de abate mantidas

Em São Paulo, a rotina de cotações sem grandes movimentações se repete, reflexo de poucos negócios realizados no início da semana e escalas de abate que se mantêm em torno de oito dias, segundo fontes do mercado.

Na região Sul, a oferta de bovinos diminuiu, mas as cotações não se alteraram; entre as fêmeas registrou‑se aumento de R$ 2,00/@. Já na região Norte, com melhores condições de escoamento, a oferta melhorou e as fêmeas apresentaram avanço de R$ 3,00/@, mantendo o boi gordo estável.

Carcaças e outras carnes: repiques de alta

Enquanto o boi gordo ficou sem variação significativa, o mercado de carnes com osso registrou movimento de alta:

  • A carcaça casada do boi capão avançou 3,9% (≈ R$ 0,85/kg)
  • A do boi inteiro subiu 3,4% (≈ R$ 0,70/kg)
  • Entre fêmeas, a carcaça casada da vaca subiu 3,3% (≈ R$ 0,65/kg) e da novilha 3,6% (≈ R$ 0,75/kg)

Esses ajustes ocorrem em função da redução de estoques e da menor disponibilidade de boiadas à indústria.

No mercado de carnes alternativas, o frango médio teve valorização de 1,4% (≈ R$ 0,10/kg) e o suíno especial subiu 2,4% (≈ R$ 0,30/kg).

Cenário para o produtor: estabilidade exige atenção

Para o pecuarista paulista, o momento exige cautela:

  • Com a arroba estabilizada, os custos de produção (alimentação, transporte, sanidade) ganham peso maior na rentabilidade.
  • A melhora na demanda por fêmeas em algumas regiões sugere diferenciação entre categorias de animais.
  • A valorização observada nas carcaças e nas carnes alternativas mostra que há espaços de oportunidade — como na integração do animal acabado com o abate e o escoamento industrial.
  • Manter escala de abate em oito dias é fator animador para a fluidez operacional, mas a disponibilidade de animais e o perfil da oferta continuam como variáveis de atenção.
Fatores que podem impactar o mercado em curto prazo
  • Oferta de boiadas: se a entrada de animais no sistema continuar a se reduzir, pode haver pressão de alta sobre a arroba.
  • Demanda industrial e exportações: fluidez no escoamento, sobretudo de fêmeas e animais diferenciados, sustenta preços.
  • Custos de produção: insumos, energia, transporte e sanidade têm efeito direto sobre margem.
  • Concorrência entre proteínas: avanço no frango e suínos pode influenciar a dinâmica do boi gordo, exigindo posicionamento estratégico.

Com a arroba do boi gordo em estagnação aparente, o produtor que deseja destacar‑se precisa alinhar controle de custos, qualidade da oferta e relacionamento com a indústria. Este cenário reforça que a eficiência operacional e a escolha de categorias ou lotes diferenciados podem fazer a diferença em rentabilidade.

Fonte: Portal do Agronegócio

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