Publicado em: 13/02/2014 às 12:30hs
A arroba de boi gordo atingiu R$ 120 ontem no mercado paulista, o maior valor nominal já registrado pelo produto. O aumento ocorre devido à dificuldade que os frigoríficos têm de encontrar bois prontos para o abate.
A menor oferta de gado ocorre exatamente em um momento de demanda aquecida, tanto internamente como externamente, segundo José Vicente Ferraz, diretor técnico da Informa Economics FNP.
A demanda interna, puxada pela baixa taxa de desemprego e pelo aumento de renda dos consumidores, tem sido importante na manutenção dos preços da carne.
Além disso, a sustentação da cotação da arroba vem ainda das exportações, que estão em patamares recordes, diz o diretor da Informa.
Ferraz afirma que essa alta de preços vem sendo construída há vários anos. A baixa rentabilidade da pecuária, mesmo com os preços atuais, levou muitos pecuaristas a arrendar parte de suas fazendas para produtores de grãos.
Previa-se que, com a menor área destinada à pecuária, o setor conseguisse uma produtividade maior, compensando a redução de área.
Paulatinamente se confirmou que a oferta abundante de gado pronto para abate não ocorreu, pressionando os preços do mercado.
O setor está obtendo aumento de produtividade, mas a um ritmo menor do que se esperava, na avaliação de Ferraz.
Olhando para frente, o diretor da consultoria ainda tem dúvidas sobre a recuperação da pecuária. Mesmo nos patamares atuais, o preço do boi não remunera adequadamente o pecuarista.
Diante desse cenário, os investimentos no setor não deslancham porque outra áreas, como a da soja, têm rentabilidade bem maior.
É difícil quantificar o quanto, mas Ferraz diz que boa parte dessa redução atual da oferta de gado provém da perda de áreas e de rentabilidade do setor.
Ao registrar R$ 120, a arroba de boi teve uma valorização de 25% nos últimos 12 meses. Apesar desse ser o maior valor nominal, o preço da arroba já chegou a R$ 135 há cinco anos, quando os valores são corrigidos pelo IGP-DI, diz Ferraz.
Enquanto o preço da carne bovina sobe, os da suína e da de frango estão em queda.
Fonte: Folha de São Paulo
◄ Leia outras notícias