O evento marca a saída oficial de Alta Floresta da chamada lista dos ‘Desmatadores da Amazônia’, criada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e que culminou, a partir de 2007, em uma série de operações que afetaram sobremaneira a economia do município.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, apresentou dados que demonstram que o pecuarista de Alta Floresta “pratica uma produção sustentável antes mesmo de incluírem o município nessa lista”. Segundo levantamento da Acrimat, Indea e IBGE, nos últimos 15 anos a área de pastagem cresceu 37% e o rebanho bovino 98%. O município de Alta Floresta possui 838.919 mil cabeças de gado e é o quarto maior rebanho de Mato Grosso.

A taxa de lotação, que é o número de animais por hectare de pastagem, era de 1,37 animais por hectare e nos últimos 15 anos cresceu 45%, passando para 1,94% cabeças por hectare de pastagem. A média nacional é de 0,7 cabeças por hectare. “O produtor investiu em tecnologia, em manejo e melhoramento de pastagem e conseguiu produzir mais em menos espaço e essa é uma produção sustentável, pois o interesse do produtor é preservar a terra para continuar produzindo”, ressaltou Vacari. O levantamento mostra que foi evitado o desmatamento de 193,1 mil, hectares com os investimentos feitos em melhoramento na produção de gado.

O município se prepara para continuar crescendo na produção sustentável. A Secretaria de Meio Ambiente de Alta Floresta e a de Agricultura implantaram projetos para reduzir o desmatamento, as queimadas e conseguiu com que 80% da área do município, exceto terras indígenas e unidades de conservação, estivessem com o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Atualmente, a prefeitura comemora o fato de 80,23% de seu território estar no cadastro, 2.623 cadastros efetivados e 1.200 propriedades rurais georreferenciadas. “Um trabalho feito com a parceria e comprometimento de todos”, disse a prefeita de Alta Floresta, Maria Izaura.

Como frisa Vacari, a Acrimat ressalta a importância do trabalho realizado e tem o compromisso de incentivar o desenvolvimento sustentável do setor pecuário no município de Alta Floresta, apoiando ações que possibilitem ao produtor rural desenvolver suas atividades em harmonia com o meio ambiente e, ao mesmo tempo, agregar resultados econômicos suficientes à melhoria de suas condições de vida. “Mas, para um trabalho sustentável, o produtor precisa de leis que estabeleçam regras claras para a regularização ambiental e fundiária nas propriedades rurais, de assistência técnica rural, e principalmente linhas de crédito compatíveis com a atividade, para assim consolidar o processo de melhoria contínua nas propriedades rurais de Mato Grosso”, ponderou Luciano Vacari.