Publicado em: 16/10/2025 às 08:00hs
Tenho acompanhado de perto, nas últimas décadas, a transformação e o crescimento do mercado de inseminação artificial no Brasil. Nosso país é líder mundial nesse setor, com expansão constante impulsionada pela valorização da carne bovina premium e pela busca por eficiência reprodutiva. Nesse cenário, raças como Aberdeen Angus, Brangus e Ultrablack assumem papel de protagonismo, oferecendo ganhos de heterose expressivos e atendendo aos mercados mais exigentes.
Foi observando esse panorama que percebemos a oportunidade de incentivar a transformação de touros de central em ativos biológicos com retorno previsível. Assim como fundos imobiliários oferecem renda recorrente por meio de aluguéis, um touro de central pode gerar receita contínua a partir da comercialização de sêmen, com fluxo de caixa constante. E essa receita não se limita ao mercado interno: muitas das centrais de inseminação que contratam touros geneticamente superiores são multinacionais, o que garante acesso à exportação e amplia o potencial de retorno.
Na prática, esse modelo funciona com investidores recebendo royalties por cada dose de sêmen comercializada. Um touro de central pode permanecer ativo por mais de uma década, produzindo milhares de doses ao longo de sua vida, o que assegura receita recorrente e transforma o animal em um ativo comparável a instrumentos financeiros de médio prazo.
As projeções financeiras são bastante atraentes. Mesmo considerando os custos de manutenção, que envolvem cuidados veterinários, nutrição, medicamentos e seguro, o modelo apresenta margem sólida e fluxo previsível. Em uma perspectiva de médio prazo, tende a proporcionar retorno expressivo, com rentabilidade anual consistente e recuperação do capital em prazo relativamente curto.
O mercado brasileiro também reforça a segurança desse modelo. A demanda por inseminação artificial cresce de forma constante, e as raças Angus, Brangus e Ultrablack estão entre as mais procuradas, o que aumenta a previsibilidade do fluxo de royalties. Esse contexto transforma o touro de central em um ativo estratégico, com valorização de médio prazo e baixa correlação com o mercado financeiro tradicional.
O que mais me fascina nesse modelo é a convergência entre ciência, genética e mercado. O touro deixa de ser apenas um reprodutor e se torna um ativo biológico de alta performance, capaz de gerar receita contínua em um setor que não para de crescer. Isso atrai não apenas pecuaristas interessados em fortalecer sua base genética, mas também investidores que enxergam na pecuária uma oportunidade de diversificação em ativos reais, sólidos e rentáveis.
Para mim, o touro de central como ativo biológico é mais do que uma inovação. É a prova de que o agro brasileiro consegue unir tradição e modernidade, genética de alta qualidade e estratégias de investimento sofisticadas, conectando ciência, mercado e rentabilidade de forma inédita e promissora.
Valdomiro Poliselli Júnior é promotor do 28º Leilão VPJ Genética, que será realizado em 25 de outubro, em Jaguariúna (SP), com 12 touros de central das raças Aberdeen Angus, Brangus e Ultrablack entre os lotes em oferta.
Fonte: Pec Press
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