Bovinos de Corte

Bem-estar: um dos pilares da produção animal

A ciência do bem-estar animal é marcada por um caráter multidisciplinar, que reúne as áreas da etologia, zoologia, veterinária e zootecnia


Publicado em: 13/07/2021 às 08:40hs

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Nos últimos tempos  o interesse sobre como os animais de produção são criados, alimentados, abatidos e se houve bem-estar em todo o seu ciclo da vida produtiva tem ganhado mais força entre consumidores. No entanto, estes itens elencados são o que se conhece como bem-estar animal, o que já está bem difundido entre os produtores e profissionais da área. 

A ciência do bem-estar animal é marcada por um caráter multidisciplinar, que reúne as áreas da etologia, zoologia, veterinária e zootecnia. De acordo com a Word Organization for Animal Health (2008), o animal se encontra em bem-estar quando está saudável, bem nutrido, confortável, seguro, disponível para expressar seu comportamento inato e não está sofrendo devido a dor ou estresse.

A visão do consumidor é dividida em 3 amplos questionamentos (Figura 1): O animal está funcionando bem (diz respeito a biologia), o animal está se sentindo bem (estado afetivo) e, por último, o animal pode expressar uma vida relativamente natural (vida natural). 

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A partir destas três questões, a adoção de tecnologias que conferem bem-estar ao rebanho são de extrema importância para contribuir com a produtividade e rentabilidade da operação. Nesse sentido, o principal objetivo é o de proporcionar equilíbrio entre os três pilares. 

Quando há alguma situação de falta ou equilíbrio entre elas, há interferência na produtividade da operação. Sendo assim, uma vaca em lactação à procura de sombra em um dia de calor (vida natural), provavelmente está passando por estresse calórico (estado afetivo), pode demonstrar sinais de hipertermia e, consequentemente, redução da produção de leite (função biológica afetada). 

Em um sistema de criação de bezerras de leite individuais pode ser interpretado como um manejo que priva os animais de socialização (vida natural); no entanto, o animal, quando criado em piquetes coletivos de forma imprópria, pode aumentar a incidência de certas doenças e comportamentos agressivos e agonísticos, por exemplo. Nos casos citados acima, priorizar apenas que o animal expresse seu comportamento natural pode não ser suficiente para conferir bem-estar aos mesmos. Sendo assim, vale ressaltar que a adoção de estratégia que equilibre os três fatores é de extrema importância ao rebanho e à operação. Podemos citar diversas tecnologias e práticas disponíveis que contribuem com o bem-estar do rebanho, tais como: adoção de sombra, resfriamento, aspersão, cama de qualidade, nutrição, sanidade, entre outros manejos utilizados para minimizar o estresse do rebanho. A utilização de tecnologias deve ser feita de forma combinada, uma vez que um recurso, por si só, não é capaz de abranger todos os gargalos da produção animal. Nesse sentido, a utilização de SecureCattle é uma das tecnologias disponíveis para minimizar os efeitos negativos do estresse inerentes aos manejos obrigatórios dentro do sistema de produção de bovinos. O uso desta tecnologia no momento da desmama (manejo que retira os animais da zona de conforto) se mostrou ser eficaz em reduzir o estresse, ou seja, possibilitando uma menor concentração de cortisol no pelo e, uma melhor saúde, com menor concentração de haptoglobina, resultando em melhor desempenho dos animais (maior ganho de peso diário e peso vivo).

Partindo desse racional, a Nutricorp delineou um experimento para avaliar os efeitos e impactos da utilização de SecureCattle na recria de bezerras leiteiras, no período pré-desmama (duração de 70 dias e dieta líquida e sólida). Angeli et al. (2021) utilizaram 140 bezerras da raça Girolando, randomizadas de acordo com o peso ao nascimento e atribuídas a um, entre dois tratamentos: 1) Controle = sem utilização de SecureCattle no momento da colostragem e a cada 14 dias, até o desmame ou 2) Com a utilização de SecureCattel = em uma concentração de 5 mL da colostragem e a cada 14 dias até o desmame. A utilização da tecnologia demonstrou tendência em reduzir o número de tratamentos para curar efetivamente diarreia + pneumonia (2,9 vs. 4,7 Intervenção para tratamento, respectivamente; P = 0,10), resultando em menor desembolso com tratamentos relacionados a diarreia + pneumonia (R$ 21,33 vs. 30,77, respectivamente; P < 0,05) e melhorou o ganho de peso diário (GPD) a partir do dia 56 após nascimento, o que resultou em maior peso vivo (PV) ao final do período de avaliação (dia 70 após nascimento; Figuras 2A e 2B).

Figura 2A. Ganho de peso diário de bezerras de leite submetidas a utilização ou não de SecureCattle no momento da colostragem e a cada 14 dias até o desmame.

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Em resumo, de forma simples e direta, o bem-estar animal, aliado às tecnologias e boas práticas, auxilia e otimiza a produtividade das operações com bovinos e garante ao consumidor final que os animais foram criados da melhor maneira possível.

Nesse sentido, um reflexo de que os animais de produção são criados da melhor forma, são as constantes mudanças nos índices produtivos. Desta maneira, a utilização de SecureCattle nos manejos que tiram os animais de sua zona de conforto, se mostrou eficaz em reduzir o estresse, melhorar a saúde, ganho no peso diário e no peso vivo do rebanho.

Osvaldo de Sousa Coordenador Técnico da Nutricorp

Fonte: Nutricorp

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