Publicado em: 23/07/2014 às 17:10hs
Os estudos tiveram o intuito de mapear a aptidão agrícola do solo do cerrado amapaense. Os dados foram entregues durante a reunião e confirmaram a grande probabilidade de produção agrícola no Amapá por conta das boas terras do estado, desmistificando assim o pensamento de que o Amapá não disporia de terras adequadas ao plantio de grãos de soja e de milho entre outras culturas.
As áreas de cerrado do estado são as últimas fronteiras de expansão agrícola do Brasil. Correspondem a 69% do território amapaense e, segundo o levantamento da Embrapa Amapá, a área que compreende a margem da BR-156, que liga Macapá à Oiapoque, é totalmente englobada pelo cerrado, abrangendo 72% da área de conservação indígena. Cerca de 20 mil hectares de arroz, feijão caupí, milho e soja são cultivados no cerrado dentro do estado. “Os conhecimentos, através de estudos, nos proporcionam base sólida para podermos estabelecer o desenvolvimento sustentável na agricultura, na pecuária e na floresta”, afirma Jorge Yared, chefe da Embrapa no estado.
Além da coordenação da Setec e IEPA que compareceram na reunião, há ainda a participação de diversos órgãos como: Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), Secretaria de estado de Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Estado e Ordenamento Territorial (Imap), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Embrapa Amapá e Embrapa Amazônia Oriental (Pará).
Ainda na análise se deu atenção especial às áreas de preservação, disse Adriano Venturieri, chefe da Embrapa do Pará. “Estamos olhando nesta análise o que é favorável para o solo, o que se pode plantar em determinados locais, para se ter as melhores áreas sem prejudicar o meio ambiente”, disse ele destacando ainda que o objetivo não é prejudicar, mas beneficiar a todos.
“Temos uma extensão com cerca de 185 mil hectares, que está sendo reservado para agricultura, se formos falar de agricultura em larga escala, temos mapeados hoje uma área com cerca de 176 mil hectares, temos ainda espaços para pecuária que será praticada também”, conclui.
O zoneamento foi realizado para identificar as melhores áreas para a realização de diversas culturas, tanto a agricultura familiar como a industrializada e ainda a pecuária, todos privilegiarão o estado que se tornará um exportador de grãos e possivelmente de animais para abate.
O solo que é intensamente regado com a chuva compensa, em relação aos estados do centro-oeste brasileiro que tem grandes períodos de estiagem.
A regularização fundiária foi também um dos objetivos do zoneamento que acabou por realizar um cadastramento de quem e onde moram pessoas que trabalham com a agricultura familiar e das regiões que são maior viabilidade no plantio de grãos. “O projeto não é expulsar os pequenos agricultores, mas sim fazer com que eles trabalhem de forma integrada”, diz Antônio Claudio carvalho, titular da Setec, afirmando ainda que a exportação de produtos agropecuários está cada vez mais perto.
“Vamos tornar o estado um grande exportador de frangos e suínos. A Guiana fornece um frango a quase trinta reais. Poderemos realizar com custo muito baixo esse fornecimento, tornando o estado um competidor lá fora”, finaliza.
O estado contará ao todo com duzentos mil hectares disponíveis para agricultura mecanizada, além de espaço disponível para pecuária. Apesar do número parecer pequeno, o Amapá pode se tornar um exportador de grãos, competindo com diversos países.
Fonte: Jornal do Dia
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