Publicado em: 02/09/2024 às 08:30hs
O estado do Paraná, que lidera a produção e exportação de aves no Brasil, consolida sua posição como referência em biosseguridade avícola, fruto de uma colaboração eficaz entre o setor público e a iniciativa privada. Reconhecendo a importância de manter um sistema robusto de defesa animal, o Paraná adota rigorosos protocolos sanitários para proteger sua avicultura comercial.
Responsável por 36% da produção nacional e 42% das exportações do setor, o Paraná embarcou aproximadamente 2 milhões de toneladas de carne de frango em 2023, gerando uma receita superior a US$ 4 bilhões. Os principais destinos das exportações paranaenses são China, Arábia Saudita e Japão, mercados que exigem altos padrões de qualidade e segurança sanitária.
Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que o sucesso global do Paraná é sustentado por uma infraestrutura avançada e políticas rigorosas de biosseguridade. "O setor avícola paranaense sempre esteve à frente quando o assunto é biosseguridade", afirma Kaefer. Ele atribui esse avanço à parceria entre entidades como a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), e o Ministério da Agricultura (MAPA). "A colaboração entre todos os segmentos envolvidos é crucial para manter o Paraná como um exemplo de excelência. Continuaremos investindo em inovação e capacitação para assegurar a competitividade e segurança da nossa avicultura", completa.
Jurandir de Moura Júnior, médico veterinário sanitarista e coordenador do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (COESA), reforça que o Paraná possui um serviço de defesa animal adequado à importância de sua avicultura. Ele destaca a relevância do material humano capacitado e da parceria com o setor privado para a vigilância e aprimoramento contínuo dos procedimentos de biosseguridade. "A atuação conjunta do serviço de defesa animal e do setor privado é essencial para manter os altos padrões sanitários exigidos pelos mercados internacionais", afirma.
Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, explica que todas as granjas no Paraná devem manter um registro atualizado junto ao órgão. Desde o surgimento da influenza aviária na América do Sul, a Adapar intensificou as fiscalizações para garantir que as estruturas de biosseguridade estejam em conformidade. Essas fiscalizações incluem a inspeção de cercas, procedimentos de desinfecção e controle de roedores, além do monitoramento contínuo das propriedades para prevenir a circulação de doenças como a influenza aviária e a Doença de Newcastle (DNC).
A parceria entre o setor público e o privado é um dos pilares desse sucesso. As empresas avícolas paranaenses têm investido pesadamente em tecnologias e inovações para aprimorar a biosseguridade. Marcos Adriano Scalco, gerente de qualidade da Globoaves, ressalta que, nos últimos anos, as empresas ampliaram suas equipes técnicas e investiram em novas tecnologias. "Temos realizado investimentos contínuos em sistemas produtivos e novas tecnologias, como estruturas à prova de roedores e sistemas de desinfecção mais eficientes para garantir a segurança sanitária das aves", explica Scalco.
Apesar das medidas bem-sucedidas, o setor enfrenta desafios, como o mapeamento das aves de subsistência e a conscientização da população urbana sobre a importância de evitar o contato com aves silvestres. Jurandir de Moura Júnior observa que os eventos recentes de Doença de Newcastle no Rio Grande do Sul ressaltam a necessidade de rigor na aplicação das medidas de biosseguridade. "Não há novidades, mas é essencial cumprir o que já está estabelecido. Manter a disciplina é fundamental", comenta.
Por outro lado, esses desafios impulsionam inovações. Scalco destaca que a indústria busca constantemente novas tecnologias para melhorar a biosseguridade, incluindo o desenvolvimento de vacinas mais eficazes e sistemas de nutrição avançados. Essas inovações garantem não apenas a continuidade das exportações para mercados exigentes, mas também aumentam a resiliência da produção avícola paranaense contra surtos de doenças. "Essas tecnologias, aliadas a rigorosos protocolos de acesso aos processos produtivos, garantem a biossegurança das granjas", salienta Scalco.
O Paraná mantém um status sanitário elevado, permanecendo livre da influenza aviária em áreas de produção comercial, ao contrário de outros grandes produtores mundiais. Essa conquista reafirma o Paraná como líder na produção avícola, assegurando a qualidade de seus produtos e a confiança do mercado internacional. Com um sistema de defesa animal que combina conhecimento técnico de ponta e uma estratégia de vigilância rigorosa, o Paraná se estabelece como um modelo de excelência em biosseguridade avícola no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias