O mesmo, porém, não pode ser dito do Brasil exportador de carne de frango, ainda que a posição de líder conquistada dez anos atrás, em 2004, continue mantida. Pois a participação brasileira no rol dos países exportadores sofreu sensível declínio: de 43% em 2008 para pouco mais de 37% cinco anos depois. Isto, a despeito de o volume exportado ter aumentado perto de 7% no período.

A questão maior, aqui, é que o comércio mundial de carne de frango se expandiu em índices bem superiores, registrando incremento próximo de 23%. E as exportações brasileiras não acompanharam.

Seria fácil atribuir esse desempenho ao custo Brasil e a outros obstáculos internos. Mas, além desse, há outros fatores envolvidos. Tanto que o segundo maior exportador mundial, os EUA, também registram idêntica perda de mercado.

À primeira vista, o que ocorreu foi que muitos países (alguns deles importadores) se tornaram exportadores, seja porque aumentaram a produção ou porque o consumo interno não acompanhou o aumento de produção.

Isso pode ser observado, por exemplo, no bloco de países que compõem a União Europeia. Ali, a produção entre 2008 e 2013 aumentou 13%, mas o incremento do consumo interno não passou dos 8%. O efeito disso recaiu sobre as exportações, que aumentaram quase 48%.

Há, também, novos players no mercado. Em 2008, a China aparecia como o quinto maior exportador mundial de carne de frango, atrás de Brasil, EUA, União Europeia e Tailândia.

De lá para cá, as exportações chinesas se mantiveram. Mas o quinto lugar foi ocupado por um novo exportador, a Turquia, cujas exportações representam 4% do total apontado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

O crescimento mais marcante, porém, é o dos demais exportadores – aqueles países cujo volume exportado os coloca depois da quinta posição e, por isso, são pouco notados.

Pois bem: em 2008 esses “demais exportadores” respondiam por 3% da carne de frango negociada internacionalmente. Em 2013 subiram para 11%, índice que corresponde a um incremento de participação superior a 260% em apenas cinco anos.

É por isso, sem dúvida, que cada vez mais sobra menos espaço para o produto de grandes exportadores como Brasil e EUA.