Publicado em: 05/03/2024 às 13:10hs
A recente conjuntura na avicultura brasileira revela um cenário favorável, com a estabilidade dos preços do frango no atacado, aliada à queda nos custos de milho e farelo de soja. Essa rara combinação, especialmente notável no início deste ano, tem fortalecido as margens do setor, demonstrando resiliência mesmo diante de desafios como a quebra de safra.
Ao contrário de anos anteriores, em que os preços domésticos da carne de frango geralmente enfraqueciam no início do ano, observamos uma tendência diferente em 2024. No estado de São Paulo, o frango inteiro congelado apresentou um aumento de 0,7% em fevereiro em comparação com o mês anterior, atingindo R$ 7,37/kg. Essa estabilidade está em linha com os níveis registrados em dezembro do ano passado.
Os dados preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o quarto trimestre de 2023 indicam que o ritmo de produção de frangos permanece controlado. Os abates registraram uma queda de 2,3%, enquanto a produção de carne foi 4,1% menor em comparação ao mesmo período do ano anterior.
As exportações de janeiro, embora 3,7% menores em comparação a janeiro de 2023, não comprometeram o desempenho do setor, considerando que o ano anterior foi um recorde histórico para o mês. A parcial de fevereiro aponta uma quantidade similar à de fevereiro de 2023, com uma possível elevação no preço médio de exportação. Esse fator, junto à queda nos custos de produção, fortalece o spread das exportações, que estava em declínio desde novembro.
O cenário para o próximo mês permanece favorável, com custos controlados e preços da carne de frango em alta. O momento atual é estratégico para a formação de estoques de milho, aproveitando os preços mais atrativos. Diante da incerteza quanto à safra de milho safrinha, a oportunidade para a fixação de parte das necessidades para os próximos meses é relevante.
Apesar de riscos imponderáveis, como a gripe aviária, a gestão de riscos de preço dos insumos da ração é crucial. A manutenção de margens saudáveis e oferta controlada indica a necessidade de preparação para possíveis mudanças no cenário.
A relação de preços entre a carne de frango e o dianteiro bovino está 22% menor que há um ano, impactando a competitividade da ave. A expectativa de preços mais contidos nos cortes bovinos nos próximos meses reforça a importância de evitar expansões excessivas nos alojamentos de pintos para preservar a sustentação dos preços e, por consequência, das margens.
Na China, o adido do USDA revisou para baixo as previsões de importações de carne de frango, refletindo expectativas de produção e consumo menores em 2024. O Brasil, em 2023, exportou significativamente mais para a China, representando 65% do total importado, destacando-se como o principal fornecedor, seguido pelos EUA com 17%.
Fonte: Portal do Agronegócio
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