Publicado em: 02/06/2014 às 17:00hs
Reconhecido como órgão máximo mundial da indústria da carne de frango, o International Poultry Council (IPC) está levantando uma bandeira tão desafiante quanto a derrubada do mito do hormônio em frangos. Atua para que se mude a nomenclatura de algumas doenças que afetam as aves – em especial a Influenza.
A propósito, o presidente da entidade, Jim Sumner, enviou correspondência ao diretor geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), médico veterinário Bernard Vallat, e à diretora geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), médica Margaret Chan, manifestando apoio às duas entidades pelo interesse em estabelecer para as doenças uma “nomenclatura neutra e baseada na ciência”.
Cita, como exemplo principal, a Influenza Aviária, cuja abordagem pelos meios de comunicação tem criado confusão e temor entre os consumidores, levando à queda de consumo e ocasionando sérios prejuízos para o setor produtivo.
Há exemplos clássicos envolvendo o H5N1. Mas o caso mais recente – lembra Sumners – é o da avicultura chinesa que, em 2013, por conta dos surtos de H7N9, enfrentou redução de consumo responsável por perdas, em vendas, estimadas em US$600 milhões.
A iniciativa é, sem dúvida, oportuna. Mas como foi citado inicialmente, o propósito é tão desafiante quanto a derrubada do mito do hormônio do frango. Que – o próprio IPC teve a oportunidade de comprovar – é ideia que circula pelo mundo todo.
No caso da Influenza, em especial, parece ser difícil encontrar uma nomenclatura que seja ao mesmo tempo científica e neutra. Porque, sobretudo, os vírus são específicos de duas espécies animais: mamíferos ou aves. E isso não pode ser ignorado nos estudos e trabalhos de caráter científico: sempre haverá alguma referência à característica-base do vírus: mamífero (inclusive o especificamente humano) ou aviário.
O problema maior, no entanto, não está na nomenclatura e, sim, na forma como os meios de comunicação enfocam o problema. Ou seja: a Influenza é aviária – ataca galinhas, patos, marrecos, gansos, avestruzes, pássaros e, parece, até pinguins (vide, a propósito, “Researchers find flu virus among penguins in Antarctica”).
Mas sempre haverá um comunicador presumidamente criativo ou desejoso de ser diferente dos demais que, em vez de simplesmente noticiar “uma ocorrência de Influenza Aviária”, vai se referir a ela como “a gripe do frango”.
É um mal difícil de corrigir. Da mesma forma que tem sido difícil acabar com os mal intencionados que deitam falação sobre o suposto uso de hormônios em frangos.
Fonte: AviSite
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