Publicado em: 06/05/2014 às 19:30hs
Notar que, tradicionalista, o USDA ainda relaciona os países importadores de acordo com a “clientela” que possuía no final do século passado. Assim, por exemplo, a Rússia aparece nessa relação como o importador mundial número 1, quando, na realidade, já se colocou na sétima posição em 2013 e tende a cair para a 13ª posição em 2023.
Aliás, entre os 14 importadores da relação o maior recuo previsto é o da Rússia, cujas compras externas em 10 anos deverão cair mais de 75%, situando-se em 2023 no mesmo nível, aproximadamente, da Coreia do Sul.
Outro dos relacionados que também tende a reduzir o volume importado é o Japão, hoje um dos principais importadores da carne de frango brasileira ao lado da Arábia Saudita. Mesmo assim o recuo previsto para o Japão é relativamente pequeno, de pouco mais de 5%, o que significa 44 mil toneladas a menos em 2023.
E já que se falou em Arábia Saudita, ela é, individualmente, o país com a segunda maior tendência de crescimento nas importações, atrás apenas do México, que tende a permanecer como mercado cativo exclusivo dos EUA.
Observar, na tabela, que a Arábia Saudita é mercado tão importante que o USDA a colocou separadamente dos demais países do Oriente Médio.
Juntos, eles deverão chegar a 2023 com um aumento de cerca de 45% nas importações, absorvendo quase 1 milhão dos 2,5 milhões de toneladas adicionais previstas. Com isso, a participação do grupo nas importações globais sobe de cerca de 30% para quase um terço do total.
Outro mercado potencialmente importante é o composto por China e Hong Kong, importadores que, nas previsões do USDA, devem aumentar suas compras em 44% e 33% respectivamente. Com isso, em 2023 os chineses estarão importando praticamente o mesmo volume do Japão.
O aumento previsto é, sem dúvida, significativo. Mas nada comparável ao que está sendo projetado pelo USDA para os países africanos. Pois, juntos, os blocos listados pelo USDA – países do Norte da África + integrantes da Comunidade Econômica dos Países do Oeste Africano + outros países da África subsaariana – tendem a um aumento de mais de 100% nas importações, requerendo volume adicional de carnes avícolas (+987 mil toneladas) muito próximo do adicional previsto para o Oriente Médio (+993 mil de toneladas).
Feitas as contas, os países do Oriente Médio (principal mercado da carne de frango brasileira) e os países africanos (mercado que tem como grande fornecedor mais próximo o Brasil) – e que, curiosamente, são os últimos cinco listados pelo USDA – estarão respondendo, em 2023, por mais da metade das importações mundiais de carne de frango.
Fonte: Avisite
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