Operando desde o final da semana passada em mercado firme, ontem (21) o frango vivo ofertado em Minas Gerais obteve ajuste de cinco centavos, sendo negociado por R$2,65/kg, valor que está 6% acima dos R$2,50/kg de um ano atrás, mas que representa retrocesso de 5,36% sobre a cotação vigente há um mês, na mesma data. Pior, porém, é o desempenho em relação há passados dois anos. Pois, nesse espaço de tempo, a inflação acumulada anda em torno de 7% e o frango é remunerado pelo mesmo valor de 21 de janeiro de 2017.

O ajuste ontem registrado é, sem dúvida, pouco representativo. Mas, considerada a época do mês (segunda quinzena) e do ano (período de pagamento de impostos, dívidas e novas obrigações financeiras) se torna alvissareiro. Pois sinaliza o início de uma melhor adequação entre oferta e demanda, condição que não é observada há algum tempo.

Em São Paulo, por exemplo, a inadequação prevalece, sem sinais claros de equacionamento no curto prazo. Ou seja: a oferta continua superando a demanda de forma significativa em função de ofertas vindas de integrações que, normalmente, estariam não só abatendo integralmente a própria produção, mas também adquirindo aves vivas no mercado independente.

De toda maneira, já se nota alguma redução nessas ofertas, indicativo de que, no médio prazo, poderá haver adequação com a procura. Por enquanto, porém, as transações efetuadas continuam tendo como referência a cotação de R$2,75/kg, valor sujeito a descontos de até 20 centavos.

Mudanças, assim, só na virada do mês, daqui a 11 dias. Não apenas porque nova massa salarial estará chegando ao mercado, mas (e sobretudo) porque na maior parte do Brasil começa um novo ano letivo.