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Frango vivo em Minas Gerais: mercado em extinção?

Nos dois primeiros dias desta semana o frango vivo disponibilizado em Minas Gerais alcançou marca aparentemente inédita em relação ao frango vivo do interior de São Paulo: foi comercializado com uma diferença de trinta centavos


Publicado em: 21/05/2014 às 11:20hs

Frango vivo em Minas Gerais: mercado em extinção?

A menos! O que faz com que o produtor mineiro, para obter a mesma renda do produtor paulista, necessite de um volume de aves vivas quase 16% maior. Isto, se alcançar o atual preço de referência, pois há negócios sendo efetivados por valores inferiores.

Ocorrências do gênero rompem um paradigma que se pode considerar histórico. Pois, tradicionalmente e salvo raras exceções, o frango vivo de Minas Gerais sempre operou com valor superior ao alcançado em São Paulo. No quinquênio 2009/2013, por exemplo, alcançou valor médio oito centavos maior que o registrado no mercado paulista.

Mas o comportamento atual não chega a representar fato novo. Começou a ser observado a partir de setembro do ano passado e, depois de breve interregno, se intensificou após março de 2014.

Veja-se, a propósito, o desempenho dos últimos nove meses (setembro/13 a maio/14), comparativamente a idêntico período anterior (setembro/12 a maio/13): antes, embora já em decréscimo, o diferencial a favor de Minas Gerais foi de seis centavos; agora se encontra negativo (-1 centavo). E se considerado apenas os últimos 60 dias essa negatividade sobe para 11 centavos. Ou, nos últimos sete dias, para 23 centavos.

Uma vez que as duas praças estão próximas e as condições de produção não são muito diferentes, tal diferença pesa contra o produtor mineiro. Mas pode estar indicando, também, que no estado o mercado de aves vivas está próximo da extinção. Como, aliás, já ocorreu nos três estados da Região Sul.

E São Paulo, não caminha para a mesma situação? Sem dúvida. Mas o processo paulista, parece, tende a ser mais lento, porque os produtores locais se estruturaram melhor frente a um mercado previsivelmente em extinção.

Aliás, não seria de todo errado afirmar que o mercado paulista de aves vivas já acabou. Pois a maior parte dos negócios efetivados no que se convencionou chamar de “mercado spot” é realizada através de contratos prévios com os abatedouros.

Por essa razçai, o real “spot” paulista é composto sobretudo por produto não processado pelas empresas integradas. Que preferem, em vez de abater (e como procedimento regulador de mercado), disponibilizar as aves vivas no mercado independente, dispondo-se com isso a receber valores inferiores ao chamado preço de referência.

Fonte: Avisite

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