Em quase 60% dos últimos 20 meses o preço alcançado pelo frango abatido na segunda quinzena do mês foi inferior ao da primeira quinzena – o que é absolutamente natural e quase uma regra, pois as vendas se concentram, sobretudo, no primeiro decêndio de cada mês. Agosto corrente, no entanto, está entre as exceções, pois o preço médio desta quinzena deve ficar cerca de 2% acima do registrado na primeira metade do mês.

Mas isso não invalida a constatação de que, embora em ligeira recuperação em relação a julho passado, os preços de agosto corrente ainda permanecem nos mais baixos níveis registrados desde janeiro de 2022.

Interessante constatar que, no período analisado (20 meses, 40 quinzenas), primeira e segunda quinzena registraram praticamente a mesma média de preço – em torno de R$7,20/kg. Mas isso só aconteceu devido à recomposição de preços (decorrente dos altos custos) registrada nos primeiros meses de 2022. Então, entre fevereiro e março, a cotação média da segunda quinzena chegou a ficar 12% acima da registrada na primeira quinzena, desempenho extremamente raro.

Atingido o pico em abril, os preços permaneceram em relativa estabilidade por um (também raro) espaço de nove meses, sem grandes alterações entre a primeira e a segunda quinzena.

O retrocesso começou em janeiro deste ano e se estendeu até julho, momento em que a remuneração obtida pelo produto retrocedeu aos mesmos níveis do início de 2022.

Agosto corrente traz os primeiros sinais de revitalização. Mantido o comportamento médio observado desde o início do corrente século, essa revitalização deve ter continuidade pelos próximos meses.