Na verdade, dois fatores distintos – e com efeitos opostos – concorreram para esse disparate. Um deles, a alta – artificial – ocorrida entre o final de maio e a primeira quinzena de junho de 2018. O outro, o fraco desempenho do mercado na segunda quinzena de maio corrente.

Há um ano, nesta mesma época, o País enfrentava o pesadelo da greve dos caminhoneiros. Frente ao desabastecimento de mercado então registrado, a queda de preços iniciada com a segunda quinzena sofreu rápida reversão e em menos de uma semana elevou a cotação do produto em quase 40% (mais de 50% entre 22 de maio e 5 de junho).

Neste ano, a firmeza de mercado que vinha sendo observada desde os primeiros meses do ano dissipou-se totalmente em maio, antes mesmo da passagem da primeira para a segunda quinzena. Seria normal, como ocorre rotineiramente no mercado, não fosse o fato de, desta vez, o retrocesso de preços ser mais agudo e mais rápido que em meses anteriores.

Comparativamente, por exemplo, a janeiro – até aqui o mês do ano mais desafiador para o setor – a diferença entre os preços máximo e mínimo foi de 10%. Mas a redução então ocorrida (do valor máximo para o mínimo) levou 23 dias. Já em maio corrente a diferença entre máximo e mínimo superou a de janeiro e ocorreu em espaço de tempo mais curto – 17 dias.

Também chama a atenção o fato de, pela primeira vez no ano, o mês terminar sem que se vislumbre qualquer reação do mercado ao início de um novo período. Ou seja: entre janeiro e abril a “virada de mercado” começou antes mesmo do início de um novo mês, algo que até aqui não se observou.

Naturalmente, a redução de preço em relação ao mesmo período de 2018 tende a ser superada ao final da primeira quinzena de junho, já que, um ano atrás, normalizado o abastecimento, os preços retrocederam com a mesma velocidade da alta. Mesmo assim, prevalece a tendência de significativa redução da diferença em relação aos preços do ano passado.