Avicultura

Exportações de ovos do Brasil crescem 36,8% em 2025, impulsionadas por México e Japão

Mesmo com nova tarifa dos Estados Unidos, setor registra faturamento superior a US$ 163 milhões até outubro


Publicado em: 12/12/2025 às 12:30hs

Exportações de ovos do Brasil crescem 36,8% em 2025, impulsionadas por México e Japão
Foto: Rodrigo Feliz Leal

As exportações brasileiras de ovos registraram forte alta entre janeiro e outubro de 2025, segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab).

Dados do Agrostat Brasil, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), mostram que o país embarcou 49.806 toneladas de ovos no período — 36,8% acima dos dez primeiros meses de 2024. O faturamento somou US$ 163,36 milhões, crescimento de 21,7% frente ao ano anterior, quando as vendas externas renderam US$ 134,2 milhões.

Itens mais exportados e desempenho regional

Os principais produtos embarcados foram ovos férteis destinados à incubação e ovos frescos com casca. O Paraná aparece como quarto maior exportador, com 5.641 toneladas e US$ 28,4 milhões em receita, apesar de registrar queda de 33,3% no volume e 24,4% no faturamento em relação a 2024.

Entre os demais estados, os resultados foram distintos.

  • São Paulo segue líder nacional, com 12.778 toneladas e US$ 50,4 milhões, mesmo após redução de 21,5% nos embarques.
  • Mato Grosso apresentou crescimento expressivo de 2.996,3%, passando de 241 toneladas para 7.642 toneladas.
  • Minas Gerais aumentou 105,1%, enquanto o Espírito Santo teve alta impressionante de 907,4%.
  • O Rio Grande do Sul registrou retração de 16,9% nas exportações.

Segundo o boletim, Mato Grosso e Espírito Santo foram os grandes destaques do período. Mato Grosso saltou de US$ 308,9 mil em 2024 para US$ 13,34 milhões em 2025, e o Espírito Santo passou de US$ 571,8 mil para US$ 8,46 milhões.

Estados Unidos seguem como principais compradores

Os Estados Unidos permaneceram como maior destino dos ovos brasileiros nos dez primeiros meses de 2025, importando 19.578 toneladas e movimentando US$ 41,6 milhões. O resultado representa alta de 1.038,9% em volume e 1.299,9% em faturamento em relação a 2024.

No entanto, o cenário mudou a partir de agosto, quando o governo norte-americano impôs uma tarifa de 50% sobre os ovos importados do Brasil. A medida reduziu drasticamente o ritmo das compras.

De acordo com o Deral, antes da tarifa, os EUA haviam importado 18.998 toneladas entre janeiro e julho, totalizando US$ 40,8 milhões. Apenas em julho, o país adquiriu 3.774 toneladas, movimentando US$ 7,57 milhões — mais de 3.000% acima do ano anterior.

Após o início da cobrança, o volume despencou:

  • Agosto: 439 toneladas
  • Setembro: 100 toneladas
  • Outubro: 41 toneladas

A análise do Deral conclui que o tarifaço norte-americano freou a expansão do mercado e “interrompeu as possibilidades de consolidação de um novo destino comprador para os ovos brasileiros”.

México e Japão ampliam compras; Chile reduz importações

Além dos EUA, outros países ampliaram significativamente as compras de ovos do Brasil em 2025. México, Japão e Senegal estão entre os destaques positivos.

O Chile, embora ainda figure entre os principais destinos, apresentou queda no volume importado. Mesmo assim, segue na liderança mensal — em outubro, o país comprou 578 toneladas, seguido por Japão, México, Equador e Emirados Árabes Unidos.

Exportações da ABPA mostram avanço expressivo em outubro

Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) confirmam o bom desempenho do setor. Em outubro de 2025, o Brasil embarcou 2.366 toneladas de ovos, um aumento de 13,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

A receita atingiu US$ 6,05 milhões, avanço de 43,4% na comparação anual. No acumulado de janeiro a outubro, as exportações somaram 36.745 toneladas, um salto de 151,2%, com faturamento de US$ 86,88 milhões — 180,2% acima de 2024.

Mercado interno ainda concentra quase toda a produção

Apesar do avanço nas exportações, o Brasil destina mais de 99,5% da produção de ovos ao mercado interno, segundo o Deral. O aumento das vendas externas, contudo, reforça a competitividade do setor avícola brasileiro, que vem conquistando novos mercados e ampliando sua relevância internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

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