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EUA: vendas de carne de frango para a Rússia agora estão zeradas

Pela primeira vez em mais de quatro anos, o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA) registra exportação “zero” dos EUA para a Rússia


Publicado em: 19/11/2014 às 18:20hs

EUA: vendas de carne de frango para a Rússia agora estão zeradas

Isso não ocorria desde abril de 2010, época em que o governo de Moscou impôs embargo ao produto norte-americano porque era higienizado com cloro.

Desta vez o embargo tem como origem a crise entre Rússia e Ucrânia, sendo imposta aos EUA e a outros países (sobretudo da União Europeia) como retaliação às restrições econômicas que Moscou vem enfrentando devido à sua atuação no episódio separatista ucraniano.

Embora também beneficiado, em 2010 o Brasil não desfrutou integralmente do embargo russo ao frango norte-americano porque outros países foram mantidos como fornecedores. Desta vez, porém, o benefício é visível nos números dos últimos meses. Principalmente quando comparados ao que foi exportado para a Rússia entre janeiro de 2012 e agosto de 2014 (gráfico abaixo).

Nesse período (32 meses), a média embarcada pelo Brasil ficou próxima das 5 mil toneladas mensais, com pico próximo de 10 mil toneladas em março de 2012. Já em setembro passado o volume exportado para a Rússia superou as 20 mil toneladas, chegando às 33 mil toneladas em outubro último. Há indícios de que em novembro corrente novo recorde será registrado.

Independente dos resultados que vêm sendo registrados, dois fatos não podem ser ignorados: primeiro, a inconstância das importações russas; segundo, a transitoriedade do embargo existente.

No tocante ao primeiro item, o gráfico abaixo mostra, em relação aos EUA (até recentemente, principal fornecedor do país), que o volume importado pela Rússia apresenta grande inconstância. Pode, por exemplo, chegar às 35 mil toneladas em determinado mês e, logo depois, retroceder a menos de 10 mil toneladas.

Já em relação ao atual embargo, é notório que não terá longa duração, podendo ser suspenso a qualquer momento. Portanto, é melhor considerar esse “novo” mercado transitório. Inclusive porque a Rússia sempre corre de volta ao seu fornecedor mais tradicional.

No primeiro quadrimestre de 2010, durante a fase mais crítica do embargo do frango “clorado”, as importações russas a partir dos EUA ficaram próximas de zero. Em contrapartida, resolvida a situação, subiram no quadrimestre final do ano para uma média mensal superior a 70 mil toneladas, volume poucas vezes registrado nas transações entre os dois países.

Fonte: Avisite

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