Publicado em: 29/05/2014 às 11:20hs
De toda forma, as exportações vêm, pelo menos, se mantendo, o que não ocorre com o consumo, decrescente nos últimos dois anos. E isso é facilmente constatável ao se comparar a evolução da oferta interna de carne de frango com a evolução da população brasileira.
Dez anos atrás, a exemplo do que ocorreu com as exportações (ou, mais provavelmente, impulsionada por elas), a oferta interna de carne de frango teve crescimento explosivo. No quinquênio 2000/2004, enquanto a população aumentava cerca de 5% (índice levantado pelo IBGE no censo de 2010), o volume ofertado internamente crescia 18%, propiciando aumento de mais de 12% no consumo per capita de carne de frango.
A expansão de 18% correspondeu a um incremento médio superior a 4% ao ano. E se em 2003 houve ligeiro retrocesso no volume ofertado internamente foi porque as exportações tiveram crescimento excepcional (+20%) em relação ao incremento da produção total (+2,6%).
Transferido o mesmo cenário para a atualidade, a modificação é radical. Pois, mesmo estimando-se que a oferta interna de 2014 aumente cerca de 4,5% no ano e chegue aos 8,8 milhões de toneladas (o que pressupõe, por exemplo, produção de 12,8 milhões de toneladas e exportações de 4 milhões de toneladas), a expansão em relação a 2010 continuará negativa em relação à evolução da população. O que significa queda no consumo per capita – determinada, sem dúvida, pela perda de poder aquisitivo do consumidor mas, eventualmente, indicadora de que o pico no consumo per capita já foi atingido.
Uma vez que as exportações vêm evoluindo a um nível inferior a 3% ao ano e o consumo interno, mesmo com a oferta evoluindo negativamente, não dá sinais de reversão, fica vetada qualquer intenção de aumento da produção. Pelo menos enquanto persistirem, interna e externamente, as atuais condições da economia.
Fonte: Avisite
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