No período da Quaresma, quando os preços dos ovos ficam ajustados, na Grande São Paulo e em algumas regiões do Estado, o consumidor não paga menos que R$ 4,50 por uma dúzia do ovo branco extra grande nas maiores redes varejistas. De acordo com Wellington Koga, produtor de ovos e Presidente do Sindicato Rural de Bastos, a mesma dúzia de ovos sai das granjas desta região por R$ 1,83. “Os supermercados chegam a trabalhar com uma margem de lucro sobre o ovo de 300%. Isto é normal para eles”, diz Koga.

O Presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Erico Pozzer, também condena a alta margem de lucro dos varejistas. “Numa média, esta margem fica em torno de 77% para os supermercados. É um absurdo!”, exalta. “E não há negociação com os varejistas. Eles espremem os preços nas granjas e nos atacadistas e, mesmo praticando uma média de margem de 77% sobre o ovo, eles ainda vendem barato. Nós, avicultores, precisamos aprender a valorizar o nosso produto”. Segundo Pozzer, em 2012, o consumo brasileiro de ovos foi de 162 unidades per capita. “Um resultado positivo e que vem crescendo a cada ano. No entanto, se esta margem de lucro do varejo fosse menor e o consumidor pagasse menos pelo ovo no ponto de venda, acredito, com tranquilidade, que este consumo per capita de ovos hoje no Brasil seria superior a 200 unidades”, avalia.