Publicado em: 28/04/2021 às 12:10hs
Embora necessário, o novo reajuste não foi obtido de forma natural. Foi conquistado pelo setor produtivo graças ao dinamismo ainda presente no mercado de aves abatidas, mas principalmente porque o produto disponível já se tornou escasso.
Neste caso, natural é a escassez do produto, cujos níveis de oferta tendem a reduzir-se ainda mais no próximo mês. Essa escassez era, no mínimo, previsível, pois decorre da baixa remuneração obtida pelo setor produtivo frente aos elevados – e continuamente crescentes – custos de produção. Em outras palavras, é a típica “ação e reação”: não pagou o necessário hoje, vai faltar produto amanhã.
Considerando que um ano atrás o preço alcançado pelo frango vivo correspondia a pouco mais da metade do valor atual, chegar à marca dos R$5,00/kg está sendo considerado um resultado surpreendente. Porém, não se conclua que, com esse valor, os problemas do setor estão resolvidos. Pois uma vez que o milho permanece em forte valorização, continuamos sob o mesmo clima de meados de 2016, quando – em decorrência da quebra de safra – uma tonelada de frango vivo permitia adquirir menos de 50 sacas de milho, redução de 43% em um ano.
Aliás, naquela ocasião, após o produtor ver seu poder aquisitivo para o milho cair ao menor patamar de todos os tempos, a produção de frangos também recuou e os preços se recuperaram, obtendo (ave viva) valorização de 30% no curto espaço de três meses. Não será novidade, portanto, se isso se repetir em 2021. Pena, somente, que as condições do mercado consumidor sejam agora totalmente diferentes.
Fonte: AviSite
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