Publicado em: 06/08/2018 às 12:00hs
Foi passageira a percepção de que, terminadas as férias de julho e reiniciado o período escolar, a comercialização do frango seria dinamizada. Pois, percorrida a primeira semana de agosto (1 a 4, quatro dias de negócios), o mercado permaneceu no mesmo marasmo anterior.
Isso significa dizer que o produto disponibilizado no interior paulista está completando seis semanas (ou seja, mais de um mês) com a cotação referencial estagnada em R$3,00/kg, mas com grande parte dos negócios sendo efetivada por até 20 centavos menos. Ou seja: apesar do início de novo mês o mercado permanece entre fraco e calmo, situação observada também em Minas Gerais, onde prevalece a cotação de R$3,05/kg desde 27 de julho passado.
Não deveria ser assim, pois, consideradas as últimas projeções efetuadas a partir do alojamento de pintos de um dia (vide “Tendências da oferta de frango vivo em julho de 2018), os abates mais recentes estariam nos mais baixos patamares da corrente década. Além disso, a exportação, em julho, de mais de 460 mil toneladas de carne de frango – um recorde absoluto na história das exportações do produto – teria propiciado um enxugamento dos estoques internos. E tudo isso, combinado com o fim das férias, início de novo mês e retomada da merenda escolar teria que se refletir no mercado interno, o que não ocorreu.
Embora não reconhecido, está claro, a esta altura, que os números de exportação de julho foram inflados por dados não contabilizados do mês anterior. Mesmo assim, houve aumento dos embarques no mês. E se nada de diferente foi observado no mercado interno é porque a ponta final de todo o processo – isto é, o consumidor –não apresenta as mínimas condições de propiciar melhor remuneração ao setor ainda que haja uma menor oferta.
Isso fica mais visível quando se analisa o andar dos preços do frango abatido disponibilizado no grande atacado da cidade de São Paulo. Em lenta evolução, o mercado tende, por ora, a situar-se nos mesmos níveis de maio passado, o que, se ocorrer, vai corresponder a um preço médio inferior ao de julho ultimo (não vale, aqui, considerar o excepcional desempenho de junho, pois ele foi artificializado pelo movimento dos caminhoneiros).
Em suma: não há consumo, situação que pode ser minimizada nesta semana com a chegada da maior parte da massa salarial e a comemoração, no próximo domingo, do Dia dos Pais. Mas essa comemoração ocorre apenas uma vez por ano. E a massa salarial se esgota antes mesmo de finda a primeira quinzena. Ou seja: fica difícil sair do marasmo que aí está.
Fonte: AviSite
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