E a estranheza decorre do fato de a própria SECEX/MDIC ter comentado, na nota de divulgação dos resultados da terceira semana do mês, que “houve aumento nas exportações de produtos básicos (18,7%)”, a carne de frango destacando-se entre os produtos com incremento.

O comentário oficial está correto. Porém, refere-se apenas ao desempenho da terceira semana do mês e considera, ainda, que o período teve apenas quatro dias úteis. Com isso, embora a receita da semana tenha aumentado não mais que 3% sobre a semana anterior, o aumento médio diário acaba ficando muito próximo de 30%.

Aplicado o mesmo raciocínio ao volume embarcado, chega-se a um incremento de 21% pela média diária. Na verdade, porém, o total da semana recuou 3% em relação à semana anterior, além de ter recuado quase 27% em comparação à semana inicial do mês.

O resultado final é um embarque total de 176.768 toneladas em 14 dias – o que, projetado para os 20 dias úteis do mês indica volume da ordem de 252.526 toneladas.

A última vez em que se registraram números tão baixos quanto esse foi em janeiro-fevereiro de 2010. Desde então, lá se vão mais de quatro anos.

Pequeno detalhe final: conforme os números da tabela abaixo, os embarques da segunda semana de junho recuaram perto de 25% em relação à semana anterior. Já pela média diária e considerado o volume total exportado em maio (314.903 toneladas em 21 dias), o recuo da segunda semana de junho ficou próximo de 30%.

Como, na terceira semana, os números (baixos) foram muito similares aos da semana anterior, fica uma indagação: seria o efeito Copa?