Publicado em: 19/05/2014 às 14:20hs
Os produtores de ovos vermelhos na região de Pirassununga (SP) registraram queda de produção no início de maio deste ano em relação ao mesmo período de 2013. Em uma granja da cidade, houve baixa de 15%. Um dos motivos é a alta temperatura e a escassez de chuvas, o que refletiu no aumento de 10,8% no preço do produto, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O consumidor pode pagar quase 23% a mais em relação ao ovo branco, que tem o mesmo valor nutricional.
A galinha vermelha poedeira é mais sensível ao calor do que a branca. Dados da Associação Paulista de Avicultura apontam que, de dezembro a fevereiro deste ano, morreram 63,3 mil aves por mês, um aumento de 12% na taxa mensal de mortandade no Estado de São Paulo.
A temperatura ideal em uma granja é de 25 graus, mas em uma delas localizada em Santa Cruz da Conceição, o dono chegou a registrar até 39 graus, mesmo com o sistema de refrigeração ligado. Das 40 mil aves, metade morreu. “Eu tive prejuízo de R$ 200 mil. Não está compensando criar tantas galinhas vermelhas. Vamos tentar manter em torno de 20% do plantel”, contou o avicultor João Carlos Piva.
Já em uma granja de Pirassununga houve queda de 15% na produção. Segundo o avicultor Mário Luís Saidel, a solução encontrada é prolongar o tempo de produção das aves. “Eu vendo 630 dúzias por dia. Para não ficar sem abastecer o mercado, as aves de 80 semanas agora são eliminadas com 95 semanas. Com isso, enquanto não tiver lotes para renovar a granja, ainda teremos uma boa produção”, explicou.
A falta das galinhas poedeiras fez o preço dos ovos vermelhos aumentar. O produtor que recebia R$ 0,10 a mais no produto em relação ao branco agora recebe R$ 0,50. Com isso, os consumidores já sentem no bolso.
“Estamos com diferença de preço de quase 23% entre o branco e vermelho, enquanto o normal seria entre 15% e 18%. Se aumentar a oferta do produto, o preço é diminuído e volta à estabilidade”, disse o diretor da Associação Paulista de Avicultura, José Roberto Bottura.
Para fazer os doces, o comerciante Adilson José Beltrame usa dezenas de ovos vermelhos por dia, em Rio Claro. Apesar do aumento, ele não atualizou a tabela de preços dos produtos.
“No produto final, o ovo vermelho nos proporciona mais qualidade, mais macios, duráveis e consistentes. Então, continuo usando e não repassei o aumento para os clientes, isso porque acredito que logo o preço dos ovos volta ao normal”, falou.
Fonte: Globo
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