Publicado em: 08/09/2025 às 11:50hs
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) disponibilizou os boletins agromensais de agosto de 2025, detalhando a evolução dos preços de diversas commodities no mercado brasileiro. O relatório mostra variações significativas entre produtos agrícolas e pecuários, refletindo fatores sazonais, oferta e demanda interna e internacional.
Em agosto, os preços do açúcar cristal se mantiveram estáveis entre R$ 119 e R$ 121 por saca de 50 kg no mercado spot de São Paulo. Essa faixa de negociação se mantém desde a segunda quinzena de julho, indicando estabilidade no setor.
O algodão em pluma registrou cotação média de R$ 3,90/lp, mantendo a trajetória de baixa pelo terceiro mês seguido. O movimento é influenciado por desvalorizações internacionais, entrada tímida da safra 2024/25 no mercado interno, necessidade de vendedores em “fazer caixa” e pressão de compradores oferecendo valores menores.
No Rio Grande do Sul, os preços do arroz em casca continuaram caindo ao longo de agosto, impactando também o arroz beneficiado e os valores no varejo. Embora sazonalmente haja tendência de recuperação no segundo semestre, o movimento depende diretamente dos estoques e do ritmo das exportações.
Agosto registrou preços firmes para boi de abate, reposição e carne com osso, com volume de animais disponível reduzido. Compradores ofereceram valores maiores, enquanto as escalas de abate ficaram curtas, variando entre 6 e 10 dias, em média.
Com o encerramento da colheita de café, os preços do grão avançaram significativamente:
Os valores retornaram aos patamares observados entre maio e junho, no início da colheita.
Embora agosto seja tradicionalmente o mês de pico de colheita e queda nos preços do etanol hidratado, dados do Cepea mostram que em 2025, os valores subiram, repetindo o comportamento observado em 2024.
O feijão carioca manteve preços estáveis devido à postura retraída de produtores capitalizados e à demanda seletiva dos empacotadores. Já o feijão preto sofreu pressão de oferta e segue abaixo da média histórica e do preço mínimo da Conab.
As médias dos produtos avícolas recuaram em agosto, marcando o quarto mês consecutivo de queda. Apesar de alta na primeira quinzena, os preços caíram na segunda metade do mês, influenciados pela demanda tradicionalmente mais fraca neste período.
Os preços do milho começaram agosto em queda, pressionados pela ausência de consumidores e ritmo lento de exportações. Na segunda quinzena, ocorreram recuperações leves, refletindo ajustes no mercado com o avanço da colheita da safrinha.
A oferta de cordeiro vivo esteve muito baixa, mas a demanda também se manteve fraca. Os preços variaram entre os estados acompanhados pelo Cepea, e a oferta deve crescer nos próximos meses com o fim da entressafra.
Os preços da soja subiram no mercado doméstico, impulsionados por disputa entre indústrias esmagadoras e forte demanda internacional, especialmente da China. A redução dos custos de frete e os prêmios de exportação também favoreceram a valorização, atingindo as máximas do ano no Cepea.
Com moinhos abastecidos, as negociações de trigo em grão se mantiveram limitadas. Vendedores priorizaram desenvolvimento da safra e trabalhos de campo, enquanto a proximidade da colheita 2025, boas expectativas de produtividade, câmbio favorável e oferta mundial ampla pressionaram os preços internos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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