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Cenário otimista para embarque de frango neste ano

De acordo com Santin, da APBA, chuvas prejudicaram embarques de carne de frango nos portos do Sul no fim de junho


Publicado em: 17/07/2014 às 17:00hs

Cenário otimista para embarque de frango neste ano

O aumento das exportações de carne de frango para China e Venezuela tornou a indústria brasileira mais otimistas com o desempenho das vendas externas em 2014, indicou ontem a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa os frigoríficos de carne suína e de frango no país.

Durante a divulgação do balanço do segmento no primeiro semestre, em evento na capital paulista, a associação elevou a estimativa de crescimento das exportações de carne de frango, em volume, para algo entre 3% e 4% no acumulado de 2014. No início do ano, entidade estimativa um incremento entre 2% a 2,5% nos embarques de carne de frango ao exterior. Em 2013, as exportações totalizaram 3,89 milhões de toneladas. O Brasil é o maior exportador global de carne de frango, à frente dos EUA.

Na avaliação do vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin, o crescimento de apenas 0,6% do volume de carne de frango exportado visto no primeiro semestre não representa o que foi o período. Não fossem as chuvas que prejudicaram o escoamento de carnes nos portos da região Sul - notadamente no porto de Itajaí (SC) - no fim de junho, as exportações de carne de frango teriam crescido cerca de 2% no primeiro semestre, segundo ele.

De acordo com Santin, a indústria deixou de embarcar no fim de junho entre 30 mil e 35 mil toneladas devido aos problemas ocasionados pelas chuvas. Esse volume só pode ser exportado em julho e, com isso, deixaram de fazer parte dos cálculos do primeiro semestre.

Entre janeiro e junho, as exportações de carne de frango do país totalizaram 1,902 mil toneladas, alta de 0,6% ante as 1,890 mil toneladas comercializadas um ano antes, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela ABPA. Em receita, porém, essas vendas tiveram um forte queda de 9,2%, a US$ 3,717 bilhões.

Basicamente, a queda na receita em dólar reflete a valorização da moeda americana perante o real, na comparação com o mesmo período do ano passado, disse Santin. Com a valorização do dólar, os importadores pressionam as cotações da carne de frango, uma vez que a indústria pode receber a mesma quantidade de reais - ou até mais - por um preço menor em dólar. De fato, a indústria brasileira obteve uma receita 2% superior em reais no primeiro semestre, afirmou Santin.

Mas o câmbio não foi o único fator a pressionar o preço da carne de frango exportada pelo Brasil, disse o vice-presidente da ABPA. Alguns importadores, como a Arábia Saudita, também aumentaram sua produção local, reduzindo levemente a necessidade de importações de carne brasileira e também de outros países do mundo. EUA e União Europeia viram o volume exportado cair 0,5% no semestre, de acordo com a ABPA.

Para este segundo semestre, as perspectivas são otimistas. Segundo Santin, China e Venezuela são os principais "vetores" de crescimento das exportações. No caso da China, a habilitação de cinco novas plantas brasileiras para a exportação é um impulso. Na Venezuela, o melhor fluxo de pagamento às empresas brasileiras ajudou. Recente, as dificuldades econômicas fez com que o país reduzisse a compra de carne.

No primeiro semestre, a produção nacional de carne de frango cresceu 0,43%, para 6,09 milhões de toneladas, segundo a ABPA. No acumulado do ano, entidade prevê que as exportações crescerão de 3% 4%, para algo entre 12,67 milhões de toneladas e 12,80 milhões de tonelada. De acordo com Ricardo Santin, esse avanço se deve tanto ao desempenho da demanda externa quanto ao consumo interno sazonalmente maior do segundo semestre.

Fonte: Avisite

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