Publicado em: 27/03/2014 às 17:40hs
Não se conclua, porém, que essa queda recaiu exclusivamente sobre o produto brasileiro. Pois, de acordo com nota divulgada pelo Ministério da Agricultura da Rússia, excluído o volume adquirido junto a Belarus e Cazaquistão (países que, junto com a Rússia, compõem a CEI – Comunidade de Estados Independentes), as compras externas de carne de frango dos dois primeiros meses de 2014 caíram 27,1%, ficando limitadas a 45,3 mil toneladas (o que indica que o volume proveniente do Brasil correspondeu a pouco mais de 13% do total importado).
O interessante, porém, é que idêntica ocorrência atingiu as carnes bovina e suína. As importações desta última recuaram perto de 20% e ficaram em 64,1 mil toneladas. Já as de carne bovina registraram recuo maior, de 35,2%, atingindo 49,7 mil toneladas.
Na média, diz o Ministério russo, as importações de carnes – que no primeiro bimestre de 2013 haviam ficado próximas das 220 mil toneladas – recuaram 27,1%, fechando os dois primeiros meses de 2014 abaixo das 160 mil toneladas.
Para a associação que representa os produtores de carne russos a queda nas importações resulta de uma contínua e significativa expansão da produção. Isso assegura o aumento da autossuficiência do país no abastecimento de carnes, sendo processo que deve se acentuar no decorrer do ano.
Mas, dentro do próprio Ministério da Agricultura russo, técnicos afirmam que o ocorrido no início de 2014 “é fenômeno temporário”. Porque – explicam – divergências com parceiros comerciais frearam as importações, levando as autoridades locais a impor um aumento generalizado nos abates de bovinos, suínos e frangos para evitar déficits no abastecimento.
Mas – alertam – a Rússia terá que retomar em breve suas importações, do contrário enfrentará problemas. E o processo deve envolver, inicialmente, as carnes bovina e suína, só depois incrementando-se as importações de carne de frango.
Vale observar, a respeito dessas ocorrências, que elas foram registradas antes que surgisse o quiproquó envolvendo a Crimeia. Assim, o mercado russo pode sofrer sanções de alguns fornecedores, mas também pode impor sanções a alguns fornecedores.
A expectativa é a de que o Brasil (integrante dos BRICS, bloco que envolve também Rússia, Índia, China e África do Sul) saia beneficiado do episódio. Independente disso, por ora, não há prejuízos com a queda das importações russas – pelo menos em relação à carne de frango.
Porque a Rússia permanece na mesmíssima posição registrada no primeiro bimestre de 2012 e 2013, como o vigésimo maior importador da carne de frango brasileira.
Fonte: AviSite
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