Publicado em: 16/01/2024 às 12:00hs
Considerado o padrão oficial adotado na identificação dos produtos exportados pelo País – Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) – o Brasil vem comercializando internacionalmente doze diferentes itens de carne de frango:
√ Dois deles dizem respeito aos cortes, identificados como congelados ou, então, como frescos/refrigerados;
√ Outros quatro se referem ao frango inteiro: identificam não só se o produto é congelado ou refrigerado, mas também se leva ou não miúdos da ave;
√ Sobem para cinco os NCMs relativos aos industrializados. Cada um deles, em essência, define os diferentes percentuais de carne contidos no industrializado e, ainda, se o produto é cozido ou não cozido;
√ Por fim, o décimo segundo NCM (não necessariamente nessa ordem nos dados da SECEX/ME) refere-se à carne de frango salgada.
No que tange ao produto in natura (cortes e frango inteiro) mais de 99% do volume exportado em 2023 esteve representado por produto congelado. Ou seja: o pouco que se exporta de produto fresco e/ou refrigerado tem como destino os países vizinhos.
Mas a pergunta que ora se levanta é: como vem evoluindo o mix exportado no decorrer do tempo? Os gráficos abaixo procuram responder a essa questão, mostrando a evolução do mix em uma década: 2013 e 2023.
Interessante observar, inicialmente, que de lá para cá o total exportado aumentou quase 30%, ou seja, foram perto de 3,9 milhões de toneladas em 2013 e pouco mais de 5 milhões de toneladas em 2023. E quem mais contribuiu para esse avanço foram os cortes de frango, cujo volume aumentou quase 80% em uma década, disso resultando um aumento de participação de, praticamente, 40% no total exportado (de 53% em 2013 para 74% em 2023).
Obviamente, grande parte desse espaço foi cedida pelo frango inteiro, cuja participação no total exportado recuou perto de 45%, caindo de 38% em 2013 para 21% em 2023. E, neste caso, a redução incidiu também sobre o volume exportado, que apresentou retração de, aproximadamente, 30%. Ou queda de (quase) 1,5 milhão de toneladas em 2013 para 1,050 milhão de toneladas no ano passado.
Quem também registrou retração no volume foram os industrializados. Alcançaram 183 mil toneladas em 2013, mas fecharam 2023 com não mais que 115 mil toneladas – um recuo de 37%. Com isso viram sua participação sofrer redução de 50% – de cerca de 4% para não mais que 2%.
Tal desempenho redundou em uma troca de posições com a carne de frango salgada, atualmente com participação maior que a dos industrializados. Mas isso não impediu que também a carne salgada enfrentasse queda de participação no total exportado. De 40% – ou de 5% para 3% do total exportado.
O curioso em relação à carne salgada é que, mesmo sofrendo redução de participação, registrou em 2023 exatamente o mesmo volume de 10 anos antes, pouco mais de 160 mil toneladas.
Sintetizando tudo, observa-se que o aumento, em uma década, de quase 30% no volume exportado continuou centrado, exclusivamente, em torno de uma commodity: a carne in natura. Ela, que em 2013 representou 91% do volume total exportado, fechou 2023 correspondendo a 95% dos 5 milhões de toneladas embarcadas no ano que passou.
Fonte: AviSite
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