Avicultura

Baixas do frango vivo não cessam e, além de MG, atingem também SP

Como se previu no início desta semana, nem São Paulo escapou de nova baixa no preço do frango vivo


Publicado em: 30/04/2014 às 11:20hs

Baixas do frango vivo não cessam e, além de MG, atingem também SP

Inalterado na segunda-feira, ontem (29) o preço do produto não encontrou sustentação. Houve recuo de mais cinco centavos (pela quarta vez em cinco dias de negócios) e o produto disponibilizado foi negociado por R$2,20/kg, mas seguindo com vendas por valores inferiores.

Minas Gerais – que até terça-feira da semana passada operava com o mesmo valor referencial de São Paulo (R$2,40/kg) – também enfrentou ontem seu quinto recuo em cinco dias de negócios. No entanto, como dois desses recuos foram de 10 centavos, a cotação do frango mineiro recuou para R$2,05/kg, mantendo um diferencial de 15 centavos a menos em relação ao produto de São Paulo.

Em função dos novos retrocessos, a cotação referencial registrada tanto em São Paulo como em Minas Gerais se encontra cerca de 14% abaixo da registrada 30 dias atrás, no encerramento de março. O preocupante é que toda essa redução ficou concentrada em menos de uma semana, no final de abril. A que atribuir esse comportamento?

De acordo com relatos de mercado, findo o Verão e normalizadas as temperaturas, a produtividade do setor aumentou significativamente, traduzindo-se principalmente em menor mortalidade das aves em criação e muito maior ganho de peso diário. Ou seja: a oferta pode ter aumentado em relação a fevereiro e parte de março, meses em que o Verão extremo ocasionou grandes brechas na oferta de frangos.

Porém, em contrapartida, firma-se a hipótese de que o total de frangos (número de cabeças) atualmente em criação é inferior ao de 30 ou 60 dias atrás, podendo corresponder, também, em valores reais, ao menor volume dos últimos 18 meses.

A indicação nesse sentido vem do alojamento interno de pintos de corte que, de acordo com dados levantados pela APINCO, somou 497 milhões em março passado, ficando 5% aquém do que foi alojado em março de 2013 e equivalendo, em valores reais (isto é, considerado o número de dias do mês) a uma redução de quase 7% sobre o total alojado em fevereiro. Ou seja: se a produtividade aumentou, o número de cabeças que vem sendo abatidas caiu, um fator neutralizando o outro.

Então, qual é a causa efetiva dessas baixas? O final de mês combinado com a forte conjunção de feriados nas últimas três semanas é, sem dúvida, uma delas. Mas a principal talvez esteja na exaustão do consumidor, cujo poder aquisitivo vem sendo corroído pela inflação.

Teoricamente, as baixas do frango devem cessar em maio, quando começa a se encerrar o período “de safra” da carne bovina. Mas se o problema estiver no consumidor, o comportamento pode fugir ao padrão sazonal. E isso solicita a máxima atenção do setor produtivo, pois os custos de produção continuam em elevação.

Fonte: Avisite

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