Publicado em: 21/05/2013 às 15:30hs
Encerrado, no início de maio, o prazo dado pelo governo dos EUA para que os diversos setores da economia norte-americana se manifestassem acerca da próxima assinatura de um tratado de livre comércio com a União Europeia, a indústria avícola do país acorreu a tempo ao pedido de posicionamento, deixando claro suas intenções de recuperar o mercado europeu, do qual está ausente há quase 20 anos.
Representada por suas três principais entidades – NCC, da indústria do frango; NTF, da indústria do peru; e USAPEEC, dos exportadores das carnes de frango e peru – a avicultura dos EUA procurou ressaltar o potencial existente na União Europeia para a exportação de produtos avícolas.
Citou, por exemplo, que enquanto o consumo de carne de frango está situado em 44 kg per capita no Brasil, em 43 kg nos EUA e em 39 kg na Argentina, o consumo dos europeus está limitado a cerca de 18 kg per capita anuais. Ou seja: pode, até, ser dobrado. E ressalta:
“A UE é, teoricamente, mercado com potencial muito atrativo para a avicultura norte-americana. Os 27 países que compõem o bloco têm cerca de 400 milhões de habitantes e um elevado padrão de vida. Nos últimos anos, as importações avícolas da UE giraram entre US$1,6 e 1,9 bilhão, com mais de 60% sendo importado do Brasil. Analistas da indústria [norte-americana] estimam que o potencial inicial desse mercado para a avicultura dos EUA gire, inicialmente, em torno dos US$600 milhões anuais, valor que no longo prazo pode ser ampliado, pois o consumo per capita atual é relativamente baixo.”
O frango norte-americano está proibido de entrar no mercado europeu desde 1976, sob a justificativa de, no processamento final, ser higienizado com cloro. É o mesmo argumento adotado, muitos anos depois, pelas autoridades sanitárias da Rússia para impor idêntica barreira ao produto dos EUA.
Como se sabe, o problema com os russos foi equacionado após a adoção de novos métodos de processamento. Que, aliás, têm sido oferecidos à União Europeia, mas sem qualquer sinalização de reabertura ao frango norte-americano – posição que reforça a tese de barreira comercial e não apenas sanitária.
Como se constata, a indústria avícola norte-americana insiste em retomar aquele mercado. Para isso, chega a utilizar argumentos discutíveis - como a perspectiva de aumento do consumo em um mercado reconhecidamente estável e, até pelo contrário, sujeito a redução da demanda.
Mas, argumentos à parte, o que importa é o esforço que se faz para voltar a disputar os consumidores da União Europeia. Um movimento em relação ao qual o Brasil precisa permanecer atento.
Clique aqui para acessar a íntegra do documento entregue pela avicultura norte-americana ao governo do país no tocante a um futuro acordo de livre comércio entre EUA e União Europeia.
Fonte: Avisite
◄ Leia outras notícias