Avicultura

Avicultura 2021: para Rabobank, há inúmeros bloqueios no caminho da recuperação

Liderado por Nan-Dirk Mulder, o time de analistas do setor de proteínas do Rabobank declara-se “moderadamente otimista” em relação às perspectivas do setor avícola (essencialmente, carne de frango) em 2021


Publicado em: 05/04/2021 às 18:20hs

Avicultura 2021: para Rabobank, há inúmeros bloqueios no caminho da recuperação

Observando que os programas de vacinação contra a Covid-19 devem conduzir a uma gradual suspensão das restrições de movimentação ora existentes, permitindo – até meados do ano - o retorno do food-service e do turismo, o Rabobank afirma que isso é essencial para a carne de frango. Cita, por exemplo, que ao representar 35% da distribuição global, o food-service recuperado vai auxiliar a reestabelecer mercados e o comércio mundial.

Mas, ao longo desse caminho, a indústria avicola continuará a lidar com um mercado frágil e estará sujeita a inúmeros desafios. Menciona, entre eles,

  1. o surgimento de novas ondas de Covid-19, especialmente nas Américas e na Europa, com os governos adotando diferentes abordagens de enfrentamento;
  2. as grandes diferenças na velocidade dos programas de vacinação, o que permite a alguns poucos países com vacinação mais avançada retomarem suas atividades, inclusive o food-service;
  3. a recuperação de China e Vietnã em relação à peste suína africana, embora ainda com vitórias escassas e muitos reveses;
  4. os preços globais excepcionalmente elevados de grãos e oleaginosas;
  5. em relação à Influenza Aviária, ano de alta pressão sobre a Europa e países asiáticos;
  6. Embora declinantes, elevados níveis de estoque nos países importadores.

Essas questões – conclui o Rabobank – continuarão impactando a avicultura de maneira significativa, tanto regional como globalmente, e devem permanecer como desafio para o setor não apenas no trimestre que começa amanhã, 1º de abril, mas também no terceiro trimestre de 2021.

Em relação, especificamente, ao Brasil, o Rabobank lembra que nos primeiros meses de 2021 o setor foi ainda mais desafiado por forte queda nas exportações e no consumo interno. Neste último caso, os preços avícolas sofreram forte pressão devido ao fim do pacote de ajuda financeira oficial e ao recrudescimento dos casos de Covid-19, com números piores que os da primeira onda.

E como, no período, os preços das matérias-primas continuaram aumentando, as margens dos produtores foram ainda mais reduzidas. É citado, a propósito, que embora o frango inteiro resfriado tenha obtido valorização anual de 31% e o frango vivo de 38%, o custo da alimentação aumentou 112%.

Parte do efeito desse custo está sendo neutralizado através das exportações. Mas quem não conta com esse recurso é forçado a reduzir a produção na busca por adequar-se a uma demanda claramente restrita.

Solução? Para o Rabobank, tal situação somente começará a ser minimizada com a retomada do auxílio emergencial oficial e quando houver maior amplitude na vacinação contra Covid-19, medida considerada “ponto crucial para sustentar a recuperação da demanda interna”.

Na ocasião do levantamento, apenas 4% da população brasileira havia sido vacinada. Neste final de março, o índice dobrou. Mas, até agora, somente 8% da população teve acesso aos imunizantes disponíveis.

Fonte: AviSite

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